Retirei estas frases do Liberal Online, onde Antero de Barros se expressa e eu assino em baixo, porque tenho exactamente a mesma opinião. Vou é cortar umas frases aqui e além, para que não fique longo demais.
"(...) O seu valor turístico reside precisamente no facto de ser um campo pelado, de terra batida, onde os “greens” são transformados em “blacks”, na superfície dos quais a bola desliza como se fosse na própria relva. Talvez seja, actualmente, o único campo de terra batida, pelado, existente no globo. Se for arrelvado, numa análise comparativa com os milhares de campos existentes no globo, perde todo o seu valor. O campo necessita, sim, duma manutenção mais cuidada, assim como o “club house”, situado na encosta.
O Campo de Golfe da Amendoeira é intocável. O seu traçado original dos 9 buracos implantados naquela superfície da horta agrícola dos Serradas não tem uma melhor alternativa.
O Campo da Amendoeira, que herdámos dos Ingleses do St. Vincent Golf & Lawn Tennis Club, é o nosso ST.Andrews e como tal deve ser conservado. É a nossa Escola, a nossa Academia de Golfe. É para nós um lugar sagrado. Se fôr arrelvado, o “pé descaço” deixa de jogar golfe.
Se os meninos “pés descalços” do Dji de Sal, do Monte e do Monte Sossego forem impedidos de jogar golfe, Cabo Verde deixará de ser o único pais do globo onde esta modalidade é um desporto popular e do povo, e isso será, por certo, considerado, na história desportiva do nosso pais, o seu maior sacrilégio. Não nos esqueçamos de que, com o desaparecimento da Salina, perdemos o Cricket.
Imploro a quem de direito, e mesmo ao poder político instituído no nosso País, para não consentirem que um grupo de intrusos e de oportunistas queiram enriquecer-se, vendendo um património para o qual não deram o mais pequeno contributo. O País precisa, sim, de campos arrelvados, mas noutro local de S.Vicente e noutras ilhas do nosso arquipélago, para servir um turismo de luxo.
Vamos todos à luta para defender esse nosso património. Quem responde pelos construtores do nosso Clube e do golfe no Mindelo, já falecidos? Augusto Costa, com certeza, responde por Tony Costa; Manuel Faustino, por Joãozinho de Central; todos os Abu-Raya, por Didjê Fortunato; Jorge Santos, por Florêncio Santos(Brody); Corsino Fortes, por Cagarra; Gabriel Moacyr, por Toi Lulu; Onésimo Silveira, por João Dóia; Zizim Figueira e irmãos, por José Figueira; Luís Silva e irmãos, por Pedro Silva (Pidrinho Figueira); Valdemar Pereira, por Hermínio Pereira. Cabe um lugar, à parte, aos descendentes dos Homens, grandes golfistas do Dji de Sal: Cook, Momok, Piraia, Tiagona, Beto, Tidjô, Tiaguim, Juff, Tá Djê, Toi d´Ermelinda, Cicile de nhô Patrício, Yaia, Nhano e Lela de Canjinha. E, quantos mais…
Se eu fosse “espírita”, invocaria e pediria aos defuntos, velhos amantes e construtores do golfe em Cabo Verde, que saíssem das suas covas e viessem, pela calada da noite, transformados nos capatonas e canilinhas, citados por Onésimo Silveira, espantar e assustar esses intrusos e oportunistas que estão por trás dessa afronta.
Antero Barros, Sócio nº 1, Fundador do Clube, Presidente e Capitão de Golfe durante várias décadas."
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