Soncent

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Cedros apodrecidos - II

Estranho. Nesta altura, já não era para eu estar vivo. Tenho a certeza que a qualquer momento, a Nádia me tenta matar. Até passei por brasas, e acordei com medo de já estar morto. Mas também, cansado como estava… deve estar à espera do momento em que estivermos quase a sair para me dar o golpe final. Se sairmos. Meu Deus, já nem sei onde é o norte ou o sul. A cada momento, penso que vou pôr o pé num lodaçal que me puxará e a Nádia apenas ficará a ver-me morrer, enquanto se ri, ri… eu poderia dar cabo dela agora mesmo e lançar o corpo para um charco desses. Se não afundasse, os próprios animais a fariam desaparecer. E até Deus me perdoaria. Ele mesmo o faria. O que a Nádia fez foi imperdoável. E conheço-a desde puto, meu Deus! Quem diria que um dia se transformaria neste monstro! Tão inteligente, tão bonita! A única com quem todos os meus princípios vacilavam. Sempre desafiando a minha fé. No entanto…

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