Semana sim, semana não, chega a crónica do Luís Fernando Verissímo no Actual, uma das revistas do Expresso. Abro a revista, procuro pela crónica compulsivamente. Ah, se for uma novinha, que eu ainda não tenha lido, devoro-a com deleite. Noutras vezes, é uma que ele foi buscar ao livro que eu já reli umas dez vezes e sinto raiva dele. Mas depois, como sou muito boazinha, penso no coitado frente a um computador, a pensar "O prazo termina amanhã... xiii, qu'é que vou escrever?" Batem à porta e é um grupo de alunos que o quer entrevistar.
Ele levanta-se, senhoral e elegante na sua boa disposição e diz "Hoje não pode ser não." Depois repara na cara de uma das alunas, uns olhos muito afastados um do outros e diz "Vá lá, uns 15 minutinhos, ok? Que ainda tenho um crónica para escrever!" E nunca mais é sexta feira. Quando ele se dá conta, passou o prazo e ele manda uma crónica velha, para a Eileen reler. E porquê? Porque a aluna dos olhos bem afastados lembrava-lhe de alguém... Mas quem? E ele, naquele jeito bem humorado, pensa que se os convidar a entrar e perder muito tempo de conversa, pode ou lembrar-se, ou inventar uma história fresquinha em que é ela a personagem.
E esta conversa toda, para quê?
hehehhe
Pois, porque eu também olho para o computador e pergunto: que é que vou escrever neste blog? Aliás, esta era a pergunta. Agora a pergunta é: "Que é que vou escrever neste blog que não vá ofender fulanos ou sicranos? Que opiniões posso expressar, sem desiludir ninguém?
E invento sobre o Luís Fernando, esperando do coração que ele não conheça Soncent. OH DIABO!
E se o Luís Fernando acorda de manhã e faz o google do seu nome e vem cá parar? Neste caso, nem vou falar da Madonna, para o caso do Guy Ritchie resolver enfurecer-se por causa do Brad Pitt no filme Snatch. Porque se eles vêm cá espreitar e não encontram o Harold Hobbins a escrever cartas de amor à Anna Gavalda, que por sua vez diria, numa óptima pronúncia inglesa "Je detéste Isabel Allende!".
E o Miguel Barbosa a dizer "Menos, Eileen, menos. E o Djinho a perguntar à blogosfera "O post da Eileen é normal?"
O que por sua vez me lembra uma crónica deliciosa do Fernando Verissímo, o Dr. Gomide.
6 comentários:
Menos, Eileen, menos...
hahahahahahaha
Mais um destes e abro uma tenda para adivinhar o futuro!
Oi Eileen! Tud drêt? Já recuperaste das guerras em SonCent?
Olha, eu descobri o Luís Fernando Veríssimo há muito pouco tempo embora compre o Expresso há anos, mas com a velocidade com que tu corres para o LFV eu busco a Clara Ferreira Alves e assim chego praticamente ao fim da minha leitura do jornal. Quando por duas semanas estivais ela não escreve sinto-me profundamente defraudado pelos dois euros e oitenta sem CFA. Para mim, deviam avisar na capa, ou fazer um desconto. E confesso mais, em relação a LFV, não sou fã do Brasil ou da literatura brasileira. E o Scolari não ajuda! «E o burro sou eu!?» Espera... Desculpem lá qualquer coisinha, inclusive tu, mas será que posso dizer isto sem represálias? De qualquer forma descobri o LFV e gostei dos diálogos e da forte oralidade das crónicas que li. E agora, voltando atrás, a discussão sobre o crioulo tornou-se inexplicavelmente (talvez não!) bairrista mas, e mais importante, não posso deixar de te elogiar pelo simples facto de teres dado azo a que se falasse destas coisas e de teres tido a sabedoria de conduzir o debate. Bjs. e se te faltar assunto para o blog podes sempre ir à Praia...grande: dá um tchluf, oh que sabe!
Olá Tiago. Isto é para descobrirmos que não conhecemos os amigos... heheheh Dizeres assim, que não gostas da literatura brasileira, sem avisares com tiros de canhões, sem bandeiras vermelhas, é forte! Mas pronto, hoje ganhei uma prendinha e não te vou moer o juízo. Também leio a Pluma Caprichosa, leio a Inês Pedrosa, não por esta ordem. Na verdade, só não leio mesmo as noticias, só papo as revistas... e às vezes, o económico. Também nãda tenho de especial a dizer da Clara, não me marca... Da Inês gosto mais, e gosto que ela tenha ideias tão parecidas com as minhas, nomeadamente nas suas posições em relação às diferenças do género.
Não me reconheço nenhuma sabedoria na condução do debate, nem posso dizer que o quis, pelo menso tal como foi. A verdade muitas vezes é que somos animais sociais, mas com dificuldades ainda na comunicação. É a vida!
Não deixes, no entanto, cair o LFV sem leres mais coisas dele. Se enfim descobres que não o aprecias, isto fica de pernas para o ar, porque no fundo, no fundo, eu queria era escrever como ele... O que quer dizer que não gostarias dos meus livros se eu conseguisse... oh diabo!
Eileen, eu sou o Luís... me mande o seu e-mail, por favor...
Deixar cair o LFV? Não, claro que não, aliás não sei se o Pai Natal não me trará um livrinho em brasileiro. E não te esqueças que tu tens Cabo Verde e o LFV não!, o que, pelo menos para mim, faz toda a diferença. Bjs
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