Soncent

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Latidos na manhã


Estou parida. Arranjei uma irmã mais nova à minha primogénita. É uma fofa, estou mãe babada. Tenho tanta baba a cair-me ao peito que ganhei miss t-shirt molhada na esquina. Chamei-a Maluska, é pequenina, gordinha, um amor de bichinha.

Fiquei assim com duas russas: a Taska e a Maluska. Essa morre de ciúmes, esta, morre de amores pela outra. Eu pasmo com todo o carinho entre elas e faço figas para que a mais nova não se lembre de se meter com o jardim da Senhoria, o que seria o fim de ambas.

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Mas gostar, gostar mesmo, que me perdoem, gostei foi da Malhada, uma rafeira branca e preta que apanhámos um dia na rua e esteve ao meu lado durante uns doze anos, deu ninhadas de 7, 9 bichinhos e era como gente. Combinei com os meus amigos, quando ela estava moribunda, que faríamos uma festa no dia em que ela morresse. Nesse dia, quando o Bob veio com a conversa da festa, quis bater nele.

Quando era bem, bem mais nova, já tinha cães, chamava-os meus, mas viviam na rua. Uma vez vieram dois rapazes buscar uns cachorrinhos desses que eram meus ou nossos - da Sandra também - e levaram-nos para ir vender a uns coreanos. Trocavam-nos por cigarros e os coreanos comê-los-iam provavelmente com molho, que sei eu?

Só arranjo cadelas. São mais espertas, carinhosas. Tendem a ser muito parecidas comigo. Gostam de vadiar, são curiosas, vivazes e aventureiras. Mas têm medo do mar e não gostam de tomar banho, o que não entendo.

As minhas cadelas vêm sempre ter comigo. Até a Laska (não confundir com Taska), que foi filha da Malhada, veio ter comigo. Era, dos três recém nascidos, a mais esperta, a que primeiro abriu os olhos. Mas afinal revelou-se um bicho que chorava a noite toda, era muito preguiçosa, não sabia sentar-se como um cão e batia na mãe. Foi oferecida e nunca mais a vi. Soube que estava bem e por esta altura, já deve ter expirado.

A Taska, comprei-a a um fusco no Sal, na esplanada Bom Dia. A Maluska, comprei-a a um mau cheiroso aqui na porta do escritório.

6 comentários:

Anónimo disse...

Ja puseste-me ca a rir e a querer chorar. E melhor mesmo que a mais nova nao se lembre de se meter com o jardim da senhoria porque conheco a senhoria e ela nao brinca com o jardim. Apessar de que a senhoria anda um pouco fraca para com cadelas, e bem capaz de perdoar.

Mas deu-me saudades da Malhada. Essa, nunca vou me esquecer. Era mesmo como uma pessoa. Cao como ela, nunca vi. Nao te esquecas de por fotos das tuas "filhinhas".

cristal disse...

Quando eu vivi aí tive também duas cadelas. Nesse tempo havia o costume de abandoná-las por serem fémeas e isso bulia com o meu feminismo. Só adoptei 2 porque tinha dois filhos pequeninos e era trabalho a mais. Levei-as comigo de S. Vicente para a Praia e uma delas chegou a vir comigo para Lisboa. Felicidades para as três. BJ

Eileen Almeida Barbosa disse...

Nádia, rir e querer chorar, em colinária, chama-se "agri-doce". A Malhada... um dia ainda escrevo sobre ela, para a ressuscitar.

Cristal, tem toda a razão, as pessoas cá desconsideram as fêmeas, só as querem se forem de raça, e puderem parir crias vendáveis.

Anónimo disse...

Mto fofas as tuas cadelas!
Qdo estava em S.V., tive um macho vira-lata castanho ( era a coisa mais fofa e esperta q já amei até hj).
E dpois tive uma cocker preta q tb amei mto.
Todos morrerram com porcarias da rua: o 1º fugiu durante 2 dias e qdo apareceu tinha Esgana.
A 2ª comeu "pastel".
Foi mto triste. Até agora ñarranjei coragem pa mais nenhum... até pq tb ñ tenho espaço aki em Pt.
Bjs e mantém-nos actualizados do desenvolvimento dos teus bébés!
Sam´s

Anónimo disse...

Ah, eram o Spanky Augusto e a Xuxa Maria, os meus bébés!
S.

Eileen Almeida Barbosa disse...

Sam's, ver um cão morrer por ter comido pastel teve ser uma coisa muito, muito triste! Parece-me que já não têm esse hábito, e espero que não mesmo. Tinham nomes muito engraçados, os teus cães!