Às vezes, o vento na janela fazia-me tanto medo que eu corria para o celeiro e me abraçava ao Boi. O Boi era um touro sisudo e pachorrento, quente e mal cheiroso. Era um boi numa casa de velhos. Há muito deixara de trabalhar e vivia de memórias,a contar bezerros, a benzer vacas, a acobertar-me dos meus medos de criança. Às vezes o vento falava com ele e ele mugia em resposta. Às vezes eu falava com ele e ele me ungia em resposta. Dele se dizia que tinha sido o terror dos campos, que encarava lobos e bandidos. Tinha sido um boi de guarda.
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