Soncent

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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Num instante, conto-vos uma históriazinha...

Uma vez encantei-me com um deus que apareceu de férias em São Vicente e pus-me na sua rota. Como ele ía a Santo Antão, decidi que ía também, comuniquei à minha mãe, arranquei-lhe o sim e arrumei a mochila, fiz a chamada para a minha tia me dar "gazói" e deitei-me cedo. De manhã, fui perguntar à mamã se era ela a levar-me ao cais, e ela, nem olhando bem para mim, disse-me que essa minha viagem tinha sido decidida muito de repente e que era melhor "sentar a polpa lá em São Vicente". Quase que chorei de desespero e corri para o cais para me despedir desse deus, que nem pareceu importar-se por eu afinal não o poder acompanhar.

Dias depois, com mais vagar planeei a viagem e meti-me no barco para a grande ilha. Passeámos muito por lá, nós o grupo de adolescentes em férias e um dia fomos à discoteca 75, que era de terra batida e coberta por folha de coqueiros. Um velhote curtido pelo grogue convidou-me para dançar Maria Júlia, do Gil, eu que nessa altura nem sabia dançar. As pessoas fizeram um círculo à nossa volta, enquanto nos requebravámos e eu fingia entender daquilo. Depois começou a chover e chovia lá dentro e eu estava já possuída por uma alegria desbordante, dançado abraçada ao meu deus muito bonito, que foi depois levar-me a casa no meio de um aterrador escuro, em que uma pedra pintada com cal parecia mover-se no meio da estrada para acabar de vez com o meu coração míudinho.
...
Nem sei o que me deu para vos contar isto...

4 comentários:

Anónimo disse...

Lembro-me muito bem desse deus, dessa discoteca, da chuva e do escuro. Foi um verao bem interessante.

Anónimo disse...

Je me souviens de toi
un grand bijou...bijoux a ana aussi

Eileen Almeida Barbosa disse...

Et tu est qui?

Eileen Almeida Barbosa disse...

Nádia, serás a minha memória, quando eu estiver senil...