Cedros Apodrecidos - I (Texto de Eileenístico)

Introdução: Este texto está a duas vozes, a Nádia em negrito e o Artur, em itálico. Parece ser dos que mais reuniram desacordos em Eileenísco, foi o preferido de uns (ou um, hehehe) e o detestado, ou abandonado de um ou outro (ou muitos).


Vislumbravam-se relampejos ocres por entre as ramagens dos cedros apodrecidos, como se deste lado da lua, o astro fosse maior.

Nós, então, éramos só dois mas pela disparidade de sentimentos como que nos envolvêramos em neblina e caminhávamos num lamaçal viscoso, sedentos de fé e sem pejo em o mostrar.

Sabíamos estar no meio do mais aterrador pantanal e face aos nossos olhos bailava já a acre figura da senhora, a morte.

Podíamos ter parado e nos destruído mutuamente pois era certamente a vontade de ambos.

Mas há, na alma humana, a fraqueza de se condoer dos que sofrem do mesmo mal. Estávamos unidos pela certeza do mesmo fim e não nos atrevíamos a apressá-lo. Tive oportunidade de matar Artur quando este estava nos braços de Morfeu. Pode ter sido somente um subterfúgio do espírito, mas promulguei o acto para a altura em que o meu inimigo já não me fosse necessário de todo.