Mas “todo o tempo” neste caso, foi um período de quatro anos. Nestes, lançou ainda mais dois romances e apareceu em entrevistas controversas, onde fazia declarações bombásticas. Bateu todos os recordes de venda no país.
Um outro grande escritor escreveu no dia em que Vanda foi enterrada: “Jaz nesse caixão uma escritora inesquecível, pelo seu talento, mas mais ainda por não ter tido nunca noção da verdadeira qualidade das suas obras. É de admirar que tenha conseguido produzir uma obra tão boa, quando se auto-censurava e até, se desprezava. O mais estranho é que mesmo assim, tenha insistido em publicar.”
O facto inédito que entretanto teve lugar foi o de muitos autores terem querido expressar a sua opinião sobre Vanda. Praticamente nenhum dos escritores mais renomeados deixou de proferir umas palavras sobre ela, fosse frente a um microfone, fosse citando-a num prefácio a alguma obra, fosse numa crónica publicada num jornal ou revista.
O romance que escrevia quando foi surpreendida pela morte teve publicação póstuma e recebeu quatro prémios literários, apesar de ter sido objecto de uma disputa judicial de três anos, levada a cabo pelo já citado crítico Vasco Miranda Telles, que alegou que deveria ter sido consultado antes de o romance ser publicado, pois tratava-se, nem mais nem menos, da descrição da intensa história de amor e ódio entre ele e a escritora. Os advogados de Miranda Telles tentaram provar que o volume era o diário íntimo da escritora e não um romance. Perderam a causa, porque o livro, apesar de não impresso, estava dividido em capítulos correspondentes aos meses em que supostamente, o romance terá durado.
Não será pois necessário dizer que esse livro figura até hoje nos tops de venda de vários países e que foi já traduzido para 17 línguas. Trata-se um livro apaixonante, que descreve, desde o primeiro encontro, e com pormenores íntimos, a relação dos dois.
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