Uma tipa chega ao trabalho de manhã e liga o computador. A Internet não funciona pelo que ela se levanta, e em vez de dar uma safanada ao wireless device, limita-se a desligá-lo, aguardar uns segundos e ligá-lo de novo. O tipo acorda de uma vez e a tipa já tem acesso à Internet e começa a digitar o nome e password nas suas contas de e-mail. São três pessoais mais uma do trabalho, esta sem password.
Há dias assim: em nenhum encontra um e-mail. Claro que não está a contar com os três do hotmail, do mais comum, umas fotos que já correram o mundo várias vezes e aquela da picada da seringa com sangue infectado no banco do teatro. Estamos livres, o teatro acabou por estes dias.
Ninguém escreve ao comandante, ninguém escreveu à tipa. Deve haver uma moral oculta neste facto, mas a tipa hoje está é com sono, vestida de cinzento e com o cabelo apanhado, pelo que em vez de se deter a pensar em significados ocultos, vai ver se produz algo de jeito no trabalho e não se mete a sonhar com praias solarengas.
P.S. Essa da safanada vem de um amplificador de imagem de tempos idos, que se tinha que andar a dar toques suaves todas as vezes que se queria ver televisão, e que quando não funcionava mesmo, a tipa ia ao arames e metia um valente pontapé à coisa, que assim corrompido, reassumia de imediato as suas funções.
2 comentários:
Máquinas que até parecem certas gentes que só funcionam se são convenientemente abanadas
É uma figura de estilo com sentido...
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