Cruzava-me com esse par todos os dias, quando ía para o trabalho. A miudinha, de uns 6 ou 7 anos, era a cara da mãe, ou, para ser, a um tempo, honesta e mazinha, era o focinho da mãe. Eram ambas muito feias. Esquisitas mesmo. Mas duma esquisitice e feiura simpáticas, como as de um buldogue.
Vinham sempre de mãos dadas, embora caladas. Quando as encontrei num consultório de dentista e a conversa surgiu já nem sei porquê, a mãe disse-me que era tão medrosa que, quando comia uma manga saborosa e lhe apetecia comer outra, tinha medo. Que a outra não fosse tão doce. Nunca experimentava a segunda. Tive pena da filha. Ia ser filha única para sempre.
15 de Março de 06
Vinham sempre de mãos dadas, embora caladas. Quando as encontrei num consultório de dentista e a conversa surgiu já nem sei porquê, a mãe disse-me que era tão medrosa que, quando comia uma manga saborosa e lhe apetecia comer outra, tinha medo. Que a outra não fosse tão doce. Nunca experimentava a segunda. Tive pena da filha. Ia ser filha única para sempre.
15 de Março de 06
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