Soncent

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Maledicência

A propósito de um ligeiro ataque de nervos de uma amiga muito querida, estive a fazer umas considerações de cariz seco, ventoso de nordeste, de visibilidade moderada e interesse de pequena vaga.

A maledicência é uma coisa engraçada. Toda a gente acaba por falar na vida de outrem, às vezes com maldade, com malícia, noutras, apenas porque somos assim, sentimos curiosidade em relação à vida do próximo e se isso é mentira, como é que floresceram as artes da literatura, do cinema, das revistas de celebridades e os blogs?

Mas ai que nos dói quando sabemos que a nossa vidinha - que nos é tão querida e privada - está ela mesma a ser papa para os metediços, fruta para os mosquitos riolentos, que ainda por cima, não sabendo bem a história, inventam, acrescentam, desfeiam-nos? Nestas alturas não nos lembramos das milhentas pessoas sobre as quais coscuvilhamos, em cujos guardafatos entramos sem pedir licença e descosemos bolso a bolso os fa(c)tos das suas vidas.

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