Os escritores de antigamente viajavam para onde as suas histórias os levassem. O personagem viajou para a Pérsia? Alas, meses de barco, desembarcando na Pérsia também, cheirando cada odor e fixando as expressões que iriam depois enriquecer o romance. Alas, troca de cartas com Madame Je-suis-riche e Madame J'aide-les-pauvres-escribas. Quando lhes faltava inspiração, metiam-se com as más companhias, fumavam ópium e encharcavam-se de vinho. Outros metiam-se com amantes imberbes. Outros matavam-se cedo, para poder vender livros mais depressa.
Hoje em dia, é meio mais fácil e meio mais difícil. Eu gostava muito de ter ido a Marrocos para escrever "O Romance", mas o que fiz foi abrir o Atlas... êta pobreza... E se me quisesse encharcar com vinho também? Despediam-me depois de uma semana a vir com a cara inchada e arrotos de papel de música e tinha que vender o meu computador para comer. Será caso para se dizer "Já não se fazem escritores como antigamente?"
Estamos a ver uma Margarida Rebelo Pinto a nadar com um braço enquanto segura "Estou apaixonada por uma pop star" com a outra mão?
2 comentários:
e com um bikini dolce & gabbana (importante)!!!
hahahaha, Dudão, essa foi boa!
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