Soncent

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Chuva!


Enquanto escrevo, chove. Tenho janelas para duas ruas e chove em ambas. Escreverei pouco, porque volúvel é esta chuva que a qualquer momento pode parar. Chove devagarinho, choveu um pouquinho ontem e durante a noite também, mas nada que fizesse poças. Tempo invernoso em Soncent, quem vier passar o Natal, que traga algo mais que um casaquinho de lantejoulas... hehehe

Eu, por exemplo, tenho um top debaixo da minha camisa de manga curta.

No século passado, algures no início dos anos noventa, houve uma grande chuvada. Uma que ficou famosa, porque fez cair uma parede do Liceu Ludgero Lima, os alunos tiveram que ser transportados pelos bombeiros de um lado da rua para o outro, e, melhor de tudo - não houve aulas, claro. Nós atravessámos a rua Angola(nós éramos ainda do ciclo preparatório, do Quartel...), que era um rio de grande caudal castanho, trazendo toda a terra do Madeiralzinho e arredores.

Como já tinha a veia, declamei uns sonetos inventados e esquecidos na hora. As nossas sapatilhas ficaram sujíssimas e fomos para a minha casa para uma paródiazinha light. Creio que aproveitamos para dar uns beijinhos na boca, o que fica sempre bem com chuva. Era um cenário de calamidade, de fim do mundo - havia que agir em conformidade.

Agora que me lembro disso, o Quartel, coitado, era um sítio velho e sempre que chovia, os professores não podiam connosco, excitados que ficávamos por também chover dentro da sala. Aproveitávamos para despir as batas e geralmente, eram micro-shorts o que trazíamos e fazíamos sucesso entre os rapazes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Gosto da fotografia. Até porque se vê a casa da minha avó: a casa rosa no canto direito. Já tinha ouvido falar dessa chuvada. Lembro-me de uma outra acho que a 4 de Agosto de 2003 (ou 2004?) que inundou meio Mindelo e na enxurrada levou mais de um carro até ao mar, acho que um deles perto da Shell, a seguir ao Pelourim. A Laginha ficou totalmente destruída e durante uma semana foi quase impossível tomar banho na maior partes das praias em SonCent. O mar no Calhau escuro... lembro-me de estar na varanda do Café Musique a beber uns whiskeys com o Caasi, a Tia Diva e a Vovon’s e aquela chuvinha a saber-nos bem. Choveu a noite toda. Forte. De manhã nem queria acreditar no cenário de caos por toda a ilha...

Anónimo disse...

Corrijo: 3 de Agosto de 2004.

Eileen Almeida Barbosa disse...

Essa chuva de que falas também ficou nos anais, sim. Eu estava no Sal, onde também choveu, e bem! Mas tive um amigo português que teve o azar de chegar a Soncent exactamente depois dessa chuvada e achou a cidade feia! Pudera, quando chove assim, fica tudo castanho, sujo, uma tristeza... Para não falar nas pessoas que moram nas casas de tambor, nas perdas que não hão-de ter tido. Mesmo nas casas de cimento, a água entrou em quase todos, estragando tapetes, soalhos...