Mariana acordou grávida. Deu-se conta disso no segundo segundo. No terceiro segundo, olhou para o lado da cama e viu o que costumava ver todos os dias. Uma almofada amachucada, o lençol franzido, e o sol na janela.
Acordava sempre sozinha e adormecia sozinha também. Mas no meio da noite, surgia às vezes o futuro pai do seu bebé. Surgia frio, a pele nua, agarrava-a como a um bebé, brincava com ela como com uma criança, e fazia amor com ela como a uma mulher.
E deixava-a depois, como a uma viúva. O futuro pai, cujo rosto praticamente nunca tinha visto de dia.
Mariana levantou-se, agarrando num robe azul. Tudo no quarto era azul. Nessa noite, quando o futuro pai chegou, encontrou-a não dormindo, mas olhando pela janela. Foi buscá-la para a deitar, mas Mariana fez peso e ele estranhou logo. Voltou a poisá-la.
- Que tens?
- Um bebé.
- Um bebé? De quem?
Mariana irrita-se e isso nota-se-lhe no fremir do nariz.
- É do pai.
- Quem é o pai?
- O pai. – Nenhum deles diz mais nada. Ele não sabe se é o único, mas gostava de ser. Ela tem-lhe demasiado ódio para lho afirmar. Olham ambos para longe.
Mariana quer que ele seja suficientemente nobre para estender a mão para a sua barriga e tornar-se o pai. Ele quer estender a mão mas tem medo de ser enganado.
Vencendo o seu orgulho, Mariana faz o esforço de o abraçar. Rijo inicialmente, ele hesita em abraçá-la também. Depois que lhe põe os braços à volta, sente-se imensamente feliz.
- Porque é que tens tanta raiva dentro de ti?
- Porque tenho um amante que só aparece à noite, me ama e desaparece.
- Como é que querias que fosse?
- Não sei. Queria que fosse diferente.
- Sabes que há mais pessoas que me amam.
- Sei. E também sei que as amas também. Não compreendo é porque continuas a cá vir.
- Porque te amo também. E porque vamos ter um bebé.
- Mas já não se trata apenas de nós… Como é que fazemos com o bebé?
- Amamo-lo.
- Teremos coragem? Que dirá a tua mulher?
(...)
Acordava sempre sozinha e adormecia sozinha também. Mas no meio da noite, surgia às vezes o futuro pai do seu bebé. Surgia frio, a pele nua, agarrava-a como a um bebé, brincava com ela como com uma criança, e fazia amor com ela como a uma mulher.
E deixava-a depois, como a uma viúva. O futuro pai, cujo rosto praticamente nunca tinha visto de dia.
Mariana levantou-se, agarrando num robe azul. Tudo no quarto era azul. Nessa noite, quando o futuro pai chegou, encontrou-a não dormindo, mas olhando pela janela. Foi buscá-la para a deitar, mas Mariana fez peso e ele estranhou logo. Voltou a poisá-la.
- Que tens?
- Um bebé.
- Um bebé? De quem?
Mariana irrita-se e isso nota-se-lhe no fremir do nariz.
- É do pai.
- Quem é o pai?
- O pai. – Nenhum deles diz mais nada. Ele não sabe se é o único, mas gostava de ser. Ela tem-lhe demasiado ódio para lho afirmar. Olham ambos para longe.
Mariana quer que ele seja suficientemente nobre para estender a mão para a sua barriga e tornar-se o pai. Ele quer estender a mão mas tem medo de ser enganado.
Vencendo o seu orgulho, Mariana faz o esforço de o abraçar. Rijo inicialmente, ele hesita em abraçá-la também. Depois que lhe põe os braços à volta, sente-se imensamente feliz.
- Porque é que tens tanta raiva dentro de ti?
- Porque tenho um amante que só aparece à noite, me ama e desaparece.
- Como é que querias que fosse?
- Não sei. Queria que fosse diferente.
- Sabes que há mais pessoas que me amam.
- Sei. E também sei que as amas também. Não compreendo é porque continuas a cá vir.
- Porque te amo também. E porque vamos ter um bebé.
- Mas já não se trata apenas de nós… Como é que fazemos com o bebé?
- Amamo-lo.
- Teremos coragem? Que dirá a tua mulher?
(...)
3 comentários:
Muito lindo! Faz-me lembrar esta musica: http://www.rtc.cv/tcv/index.php?paginas=36&id_cod=352
Bo te fcá te fazê gent manha quesh texto. Publicá mais um book do style Eileenistico.
Não venhas com desculpas. Sei que tens textos suficientes para isso. E se não tiveres, o que duvido, tens capacidade para faze-lo na mesma.
Desculpa a Frontallidade. Fi-lo porque acredito na nossa geração e sei que na literatura, és parte integrante e representas a mesma geração. Acredito também na tua escrita e inteligência, e sei que és capaz.
Bom, esh foi nhis "two cents" de hoje. Um cordá trivid, um sabê. hahahahaa. Abraço e bom dia pa bo!
Obrigada. ... ... ... Não sei se entendi, mas çá vá.
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