Soncent

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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Romance - Capítulo VII

Simagogo, carregando uma pesada caixa de champanhe, entrou no prédio azul e subiu arfando até ao terceiro andar. Sentia-se moído mas experimentava uma felicidade como há muito tempo não sentia. Lamentava apenas não ter visto o rosto da Íris Miranda, quando se apercebesse que ele se tinha escapado das suas garras. Mas também, com quem é que ela pensava que estava a lidar? Bastara que lhe tivesse queimado as pontas dos dedos, que ele fosse passar uns tempos a comer com dor. Entre outras maleitas que lhe provocara.

Ainda bem que Brunei não demorara muito tempo a tirá-lo de lá, ou aquela sádica ainda o matava. Empurrou a porta, depôs a caixa em cima da mesa da sala, foi à cozinha pegar um pacote de leite, bebeu-o todo e foi ao quarto. Despiu-se, desceu os estores e atirou-se para a cama. Essa vida começava a cansá-lo, se calhar era hora de se retirar. Egipto ou Marrocos. Deserto. Era de um bom deserto que precisava. Deixar tudo por uns tempos, não dizia que era para sempre. Íris Miranda. Era esperta, a rapariga. Mas principiante se comparada com ele! Que é que estaria fazendo num trabalho desses? Não era exactamente um emprego que se encontrasse através de uma aplicação no jornal!
Adormeceu.

Capitulo II
Santiago

Quando, uma semana depois, Agostin SantGermain partiu do aeroporto da Praia rumo ao Senegal, Íris Miranda estava a chegar num ATS ao mesmo aeroporto, depois de descobrir que Agostin tinha aportado à ilha a bordo de um rebocador da Enapor.

Depois de arranjar um esquema para consultar a lista de passageiros e se apercebeu de que o avião dela se cruzara na pista com o que levava SantGermain, teve outro dos seus ataques de nervos que fez com que os rapazinhos que carregam as bagagens fizessem um círculo em redor dela, rindo-se e batendo palmas. Deu-se então conta do ridículo e foi à procura de um táxi para a cidade. Tinha um colega na Policia Judiciaria que poderia ter alguma informação útil.

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