Soncent

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Assassínio a dois VII - Conto inédito

O Victor riu-se também, disse:
- Exactamente, afogá-la e matá-la, assim ela não iria contar. - Fomos andando, eu perguntando porque era que ela tinha decidido contar à Cristina que nos vira juntos algumas vezes, visto que isso não trouxera felicidade a ninguém. E lá íamos conversando e rindo.

Era um trilho de terra, da largura de um carro, mesmo ao lado da água. Do outro lado, uma vedação e alguns canaviais. Era um trilho curvo e quando fazíamos uma curva, demos com a Maria João.

Eu nem queria acreditar e via-se na cara dela que ela também não queria acreditar. Juro que tive uma visão dela a contar à Cristina que nos vira juntos numa zona deserta de Faro e já imaginava toda a gente a comentar, a acrescentar pormenores sórdidos. Olhei para o Victor, que também olhava para mim. Não trocámos uma única palavra. O sítio estava deserto, avançamos para a João, agarramo-la, cada um por um braço e começamos a arrastá-la para a água. Ela não deve ter percebido o que queríamos fazer e começou só por perguntar:

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