Soncent

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terça-feira, 11 de março de 2008

Mas que riola!

Vocês sabem como é o sãovicentino em caso de briga, né? Quer sempre ver! Eu sempre gostei de ver também mas por pudor, não me junto à confusão, fico sentada olhando com um olhar assim fingindo desinteresse aristocrático. Mas ao ler a notícia do Mentiroso! de Jorge Santos no A Semana, os meus olhos não conseguiram fingir que não se riam. Então os comentários, estes estão mesmo divertidos. É uma riola que seria mesmo muito divertida não fosse a seriedade do caso, dadas as personagens envolvidas.

Têm havido várias riolas desta natureza nestas ilhas, e, parece-me, facilmente esquecidas. Parece-me também que somos um povo rápido no perdoar e no esquecer. Fazem-se cá tantas coisas que ficam impunes! Estou a lembrar-me do professor que quis assassinar a mulher atropelando-a e voltando a atropelar, tendo-a posto numa cadeira de rodas. Onda pára agora? Na liberdade, ora essa, porque o juiz achou que ele já tinha reconstruído a sua vida!

Estou a pensar na quantidade de homens que se sabe, sem dúvida nenhuma, que abusaram sexualmente dos filhos/enteados/vizinhos/etc. E aí estão, cumprimentados e respeitados por todos. Sequer ostracizados pela população, que era o esperado quando a justiça não consegue deitar-lhes a mão.

Estou a pensar nas pessoas que se metem em esquemas inúmeros, seja lucrando milhões de dólares ou prédios, seja vendendo propriedades que não lhes pertencem. Estão na cadeia? Viram os seus nomes sujos na lama?

Os que atropelaram por excesso de velocidade ou álcool?

Não. Esta gente está toda aí, sorrisos, apertos de mão, Senhor Dr., Meu amigo, Passou bem?

Logo, eu, se fosse Jorge Santos, não me preocupava muito. Nem pedia desculpas publicamente, nem nada. Aparecia, simplesmente, sorrindo, dizendo Bom dia, passou bem? E os cabo-verdianos, educados, bons e tímidos que são, morabeza até mais não, lá estarão também a estender a mão e a dizer Jorge, quanto prazer!! Um groginha?

18 comentários:

Anónimo disse...

E eu que estava a ficar deveras preocupado contigo, a achar que estavas numa down, a perder o fulgor (devido talvez a tanta bloguice ininterrupta), e eis senão quando tu rebentas em grande, a disparar feita Lucky Luck para todos os lados, numa de alterar a ordem natural das coisas, sim senhora mnina, gostei, quem fala assim tem-nos no sítio, os miolos, claro, parece-me que com um ou dois nomes à mistura estas palavras levantariam poeira em SonCent, boa! Como dizia aquela personagem naquela peça: Bô ê que sabê!

Anónimo disse...

ez q gent ta dze: bô bem dbox!!!.... adorei...

Unknown disse...

Excelente, Eileen. Sem qualquer conotação erótica, devo dizer que é assim que mais gosto de te ver: com a boca no trombone! Um abraço!

Anónimo disse...

Concordo com uma parte do teu post, e achei-a brilhante, mas quanto ao Jorge Santos, indepentemente da cor politica, não acho que ele tenha ou não de pedir desculpas, mas que é uma atitude reprovável é! Ou não?
Não podemos é tornar essas atitudes como praxis cultural da terra, mesma que a tragédia vire comédia sempre.

Eu disse...

adorei ler tudo o ke escreves muito bonito e divertido. Passe no meu blog tambem.

Anónimo disse...

Tens toda a razão no que dizes... Pena tenho, contudo, de apesar de linhas tão contundentes contra a hipocrisia da terrinha o teu comportamento em nada se distinga do dos demais que criticas ( por não ostracizarem) ... Quero chamar-te atenção para o facto de teres convidado para fazer a apresentação do teu livro um senhor que já fez quase tudo o que enuncias no teu post ( abusou, roubou, burlou, etc) - basta perguntar às pessoas que o conhecem e o conheceram na tua ilha - , de teres trabalhado na empresa de um ex-ministro que construiu a sua “ fortuna” ( à dimensão do país, é claro) com negócios no mínimo duvidosos ( à custa do pais)... Por isso apesar de concordar com o que dizes, há qualquer coisa de falso.
Luis F.

Anónimo disse...

Pa quem tive sr. Silveira ta apresenta sê livre bo ta mut moralista, ou talvez hipócrita!

Xana disse...

hum ... esse ultimo comentario é de gente invejosa e cobardolas. Para denunciar é preciso assumir a identidade! Continua o bom trabalho Eileen!

Eileen Almeida Barbosa disse...

Não me vou defender dos comentários de Luís F e do Anónimo das 4h44, que acham valer mais vir apontar dedos que desconhecem os factos todos em vez de comentar factos conhecidos por todos.
Apresentem os factos que eu desconheço e a partir desse momento poderão então ser julgadas a minhas acções. Sem efeitos retroactivos.

Anónimo disse...

A verdade é sp aquela que nos interessa , se tu desconheces a verdade a cerca do teu “padrinho literário” talvez por falta de provas não devias falar dos abusadores de crianças que andam por aí, nem em esquemas, pois nenhum dos senhores foi condenado ( mas para esses já é diferente, a necessidade de provas já não conta claro)... Para teres a noção da qualidade do teu “padrinho” vou deixar-te parte de um post do blog do Abraão (que nem de SV é)...talvez possas pedir-lhe que te apresente provas .

“Admira-me muito esse renascimento de Onésimo Silveira. Intelectualmente, qualquer estudioso sabe que Sr. Onésimo Silveira se suicidou à nascença quando deu à estampa um livro com seu nome como autor, quando na verdade tratavam-se de ideias e do pensamento de Manuel Duarte. Mais tarde, viria mesmo a reconhecer não partilhar das ideias do tal “livrinho maldito”: Consciencialização na Literatura Cabo-Verdiana (Casa dos Estudantes do Império, Lisboa, 1963. Livrinho ). Politicamente é o que se sabe: abandonou Sanvicente e Mindelo para se ocupar de um caçarola política em Lisboa.”

Luis F.

Anónimo disse...

Eu acho que o Abraão devia provar o que afirma. Se for verdade seria uma atitude grave do Onésimo, mas caso contrario o Abraão nem sabe onde se meteu.
Pelo pouco que sei o Onésimo escreveu mesmo "Consciencialização na Literatura Cabo-Verdiana", um dos textos mais emblemáticos de sempre,até a prova ao contrário...

Mónica Lice disse...

Que engraçado saber que estás aqui tão perto, e que tens uma relação tão estreita com Bissau.

Eu, apesar de só aqui estar de passagem (já há quase 4 anos...), gosto muito desta terra!

Um beijinho grande!

(P.S. Não sou nenhuma Miss... Mas qualquer dia mudo a foto, para outra mais natural!)

Anónimo disse...

Discreta mensagem subliminar a tua, quando misturas no mesmo artigo pedofilia, latrocínio, homicídios, incesto e... um político que chamou mentiroso a outro!!!

Eileen Almeida Barbosa disse...

Gostar de Bissau é fácil, Mónica, mas e viver lá?

Anónimo disse...

Uma história para tu investigares. Com toda a certeza conheces em SV um centro comercial chamado Fornalha, com toda a certeza sabias que onde foi construído o centro localizava-se “A Capela dos Ingleses”, considerada património histórico da Cidade. Ora por este facto os donos do terreno ( grande e localizado no centro da cidade) nunca tiveram autorização para construir no mesmo, sendo assim o terreno em causa não tinha qualquer valor comercial. Um dia o dono do referido centro comercial propôs comprar o terreno aos donos ( os que a Câmara não permitia aí construir) que tendo em conta que nada podiam fazer com ele venderam-no por, creio, pouco mais de uma centena de contos ou duas. E eis que, de repente, o novo dono consegue, logo de seguida , autorização camarária para construir no referido terrenos onde não era permitida a construção, passando o seu terreno a valer muitos milhares de contos. Coincidências, claro! E adivinha quem era o Presidente da Câmara.... Negócios como estes e do mesmo género há muitos é só procurar e querer procurar!!!!!!

Unknown disse...

oi Eillen, mt legal teu post. Passei hj pelos dois artigos do A Semana i kredu. Forti riola! mas di 100 kumentáriu uma baradju, pa nada.

Bali! Kanpion.

Oscar N. Gomes disse...

Gostei!

Anónimo disse...

Seria coerente que comentasses esta outra notícia ( de forma tão veemente como fizeste em relação ao do JS) : http://www.asemana.cv/article.php3?id_article=31120