Soncent

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

The ridiculous me

Tenho muitas vezes a inocente ideia de que as coisas só começaram a existir quando nasci. Surpreendeu-me imenso ver filmagens da assinatura da nossa independência e pensei "Ah, já se filmava em Cabo Verde em 1975?", completamente esquecida da altura em que começaram a surgir filmes por aqui...

7 comentários:

Anónimo disse...

ja nos anos 40 ja se filmava em cabo verde dona barbosa. Eu ja filmava com o meu super 8 em 68 tinha apenas 6 anos. Ainda tenho a maquina enviada pelo meu pai.

Guy

Arsénio Gomes disse...

Cada um a seu tempo.
Até os dinossauros tiveram o seu tempo também.

Anónimo disse...

E aquela ideia parva de que quando abandonamos um lugar esse mesmo lugar pára? Segundo a teoria, agora, SonCent está parado... para mim. Que parvoíce! Às vezes esforço-me para me explicar a mim mesmo que não é assim. Esta falta de ubiquidade chateia-me profundamente...

Eileen Almeida Barbosa disse...

Guy, eu assumi que rea rídiculo, esse pensamento... expus a minha fragilidade... não venhas agora acabar de me rebaixar, vá lá... olha o Tiago, então, que acha que estamos tdos parados aqui em Soncent... tomara el subesse!

Eileen Almeida Barbosa disse...

Assim é, Arsénio.

Tiago, estive a tentar lembrar-me se já me senti assim... e não posso dizer que é como com o tempo, mas vai nessa direcção, sim senhor...

Anónimo disse...

Oh Eileen o meu avo que viveu por quase 60 anos em Argentina desde 1943, nos perguntou se Cabo Verde ja tinha frigorifico e se aviões ja aterravam em S.Vicente? Quando ele regressou pela primeira vez após cerca de 55 anos de ausencia afirmou que ja não se falava o crioulo como o era antigamente mas sim um português mal falado.

Reconheço-me na observação do Tiago pq tb ja me aconteceu quando regressei pela primera vez depois de 10 anos de emigração. Toda a gente me parecia assim inesperadamente velha e mais pequena do que os imaginava e pouca coisa ja me fazia lembrar o meu Sonsent de quando eu ainda garoto parti. Tudo era minisculo. Ia todos os dias a pé e as vezes correndo para a Baia das Gatas porque 12km me parecia perto. Nao so em termos urbanos mas tb na mentalidade das pessoas. Outras normas e valores nascem e desenvolvem. Tive em certas situações de me adaptar novamente ao novo estilo de viver. Por isso decidi e prometi a mim mesmo de nao ficar muito mais tempo fora sem visitar a minha terra. Naquele tempo não havia internet. O perigo de partir é que deixas de ser parte do espaço que te viu nascer ou onde ja tinhas formado uma referencia. A realidade torna uma outra. Ate o meu falar muitas vezes é de alguem que esteve parado no tempo em relação ao desenvolvimento do vocabulo da ilha. O tempo passa mas a memoria paraliza o tempo vivido e torna-se por conseguinte inconscientemente uma nova verdade e realidade. Um tal arquivo poeirento que ninguem reciclou ou renovou. Creio que é isso.

Agora expressando assim consigo comprender a reacção fora de ton dos emigrantes que muito tempo passam fora sem regressar. Eles vivem no espaço que ficou parado nas suas mentes.

Interessante tema.

Bom fim de semana

Guy
PS: O Tiago tem razão - SONSENT ta parode ou senau el ta sima un disk riskóde

Eileen Almeida Barbosa disse...

Guy, o teu comentário está muuto interessante e tens razão quando dizes que os emigrantes ficam com essas ideias e a falar um crioulo... antiquado. Eu senti isso foi quando regressei à casa onde passei os meus primeiros 13 anos de vida e vi que, afinal, os quartos eram muito pequenos, e o pátio, uma coisa que se percorre em 4 passos.