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Foi num jantar de Natal, estava toda a família, eu numa mesa de bisca, levantou-se o pai dela e veio o electricista jogar. Na minha equipa. Nós os dois contra a mãe da Josina e uma cunhada. Olhámos ambos longamente um para o outro, ele tão surpreso como eu, mas também igualmente decidido a não dar nas vistas, não estragar a festa.
Começámos a perder, elas riam-se de nós, depois apanhámos uma boa mão, demos-lhes um capote e dei por mim a sorrir-lhe vitorioso, simpático, camarada. Foi já tarde, quando já tínhamos derrotado todos as outras equipas – toda a gente jogava na família – que a Imelda apareceu, vinda imagino da casa de outros parentes e olhei para ela e pareceu-me tão desgostosa que nem com sal e açúcar se poria a jeito de uma dentada. E ficou claro que eu perdera a antipatia pelo seu electricista, hoje meu compadre, padrinho da Josininha.
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