Contando com os estágios e descontado a escola, já tive, entre chefes e subchefes, mais de 10 pessoas a liderar-me. Ou a mandar em mim, como alguns deles terão pensado.
Com 10 chefias, já devo algumas historias para contar, algumas lições aprendidas e queixas para fazer!
Dois dos meus chefes conseguiram verdadeiramente, liderar-me, sem nunca me pesarem. Davam instruções como quem dá sugestões. Um deles então estava quase sempre longe e envia-me e-mails onde me dizia "podias fazer isto e depois fazer aquilo..." Era o Tom. Sem Dr. nem Sr.
Tive um chefe, o Victor, que era o pesadelo em cabelos pretos. Começou por entrar na minha sala sem bater, como que a querer apanhar-me a fazer alguma coisa de muito horrorosa, sei lá, quem sabe, uma posição de yoga, no chão, ou a limpar o nariz, ou, pior ainda, a falar ao telefone.
Depois passou a ostracizar-me. De vez em quando dizia-me que não sabia quais eram as minhas funções quando eu me dera ao trabalho, poucos dias depois de ele chegar, de lhe apresentar todo o meu plano de trabalho, com prazos e objetivos.
Depois dispensou-me de assistir a qualquer reunião. Obrigou-me a prestar contas sempre que me ausentava da minha sala, fosse para ir tomar um café ou à casa de banho. Finalmente, pôs-me numa mesa, na recepção, a atender pessoas. Este homem era tão terrível que passei a acordar e pensar "Que chatice, tenho que ir trabalhar!"
Para relaxar um pouco dele e porque os seus chefes tardavam em tomar alguma medida mesmo quando viram que ele começara por mim mas já se tinha incompatibilizado com quase toda a gente, fui passar um fim de semana à Boa Vista. Cheguei, desci do avião e quem é que estava lá no aeroporto, a olhar para mim? Uma mulher de lenço na cabeça que eu julguei ser o Victor e já ia subindo de novo para o avião!
Lições aprendidas? Não confies mais num profissional só por ser estrangeiro. E é com chefes assim que descobrimos se somos o capuchinho... ou o lobo mau.
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