Soncent

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A D. Cesarina

Perdemos a D. Cesarina.
 
Sempre a chamámos assim, num misto de afeição e muito respeito, porque era ela alta, era branca, tinha o cabelo curto e quando era de nos bater, agarrava numa das nossas mãozinhas bem esticada e com apenas dois dedos bastante compridos da sua mão direita, batia-nos uma, duas, três vezes no máximo e isso já era um grande castigo.
 
Mas nós sabíamos que ela tinha um coração de ouro e o nosso jardim era o melhor do mundo, o mais ensolarado - chamava-se Jardim Raio de Sol - e ela considerava-nos pequenos raios que por lá andavam, de batinhas verdes e a lutar pelas amêndoas verdes que nasciam no recreio.
 
Depois de irmos para a Escola Primária, muitos de nós ainda ia lá matar saudades do Jardim, das professoras - a minha era a Maria da Luz - das cadeirinhas amarelas que agora nos pareciam muito, mas muito pequeninas - dos trabalhos manuais, dos quadros na parede, feitos pelos meninos.
 
Deixa saudades, a D. Cesarina!

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