O piloto tinha já sobrevoado a densa floresta e via o ponteiro do combustível a baixar de tal forma que sabia ter já os minutos contados. Levantando os olhos do tablier, viu um deus na sua frente. Assumiu imediatamente que este falaria em inglês, que é também a língua do controlo aéreo. Disse-lhe, com excelente pronúncia:
- Bring me the death Book. I want to see where my name is. I need to know where I’m going to land.
O deus não reagiu. Era grande e bronzeado, de uma cor indefinida, tanto podia ser branco como negro. Talvez fosse mulato. Mas não se parecia com Obama. Estava mais próximo de um Osama, assistindo assim ao seu desespero sem lhe estender um colete salva-vidas que fosse.
Enfim, depois de umas rezas muito confusas do piloto, o tal do deus estendeu o tal colete. O piloto saltou. A meio da queda, maldisse o deus, o mundo e arredores. Era um colete salva-vidas para barco e não um pára-quedas.
Para um piloto com tanta experiência, a aterragem foi para lá de péssima...
(Maio 2011)
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