Soncent

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Um assassínio a dois IV - Conto inédito

Que não estava nada contente com o facto de eu telefonar ao namorado dela a convidá-lo para o cinema. Que era um grande descaramento. Que várias pessoas já lhe tinham perguntado se nós os dois tínhamos alguma coisa, viam-nos sempre juntos em vários locais. Eu compreendi logo que essa conversa iria demorar e voltei para o centro comercial. Pedi-lhe que baixasse a voz porque quem tem o direito de gritar comigo é a minha mãe. Ela disse-me que não estava a gritar mas fiz-lhe ver que estava, sim. Depois expliquei-lhe que eu e o Victor temos sido amigos desde o primeiro ano e que nunca houve nada entre nós e que eu não via o mal de irmos ao cinema de vez em quando. Ela disse-me que no primeiro ano, ele não tinha namorada e um filho em casa. Cortei logo dizendo-lhe que ele, no primeiro ano, já tinha um filho.

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