Soncent

Soncent

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Umas palavras só para dizer olá...

Sexta-feira à noite, venho de um jogo de pingue-pongue - perdi humildemente mas com taca nova, o que não conta e se calhar, saio mais tarde, para a noite mindelense que se anda a fazer agora em vários sítios: acid place, em cima do antigo pimm's; mindelhotel, sempre uma opção interessante; caravela, onde há muito não ponho os pés - fora de mão! Armazém, onde há dias fui só espreitar uma matiné liceal, toda ela cheia de gente, de calor húmido, de namoros.

... Bom fim de semana então...

4 comentários:

Anónimo disse...

Presumo que não tenhas ficado contente com as palavras escritas, já que não houve mais contacto da tua parte. Não obstante, compreendo que esta seja uma experiÊncia completamente impessoal. Trocar e-mails com alguém, etc é uma experiência que nehuma falta nos faz e que em nada nos enriquece.
Os meus sentimentos em relação à CV são tais Eileen que não acreditarias se eu te contasse. Aqui o que eu vejo é uma grei estúpida de irresponsáveis e futuros incompetentes nas suas respectivas áreas. Os mais brilhantes nunca iriam contribuir positivamene para aquele esgoto de incompetentes que pastoreiam as terras caboverdianas. Não sou um deles, obviamente, e por, isso, estou a falar sempre na terceira pessoa.
Chega-se afcilmete a conclusao que Portugal é um erro evolutivo e um fracaço crasso. É, talvez, a pior tragédia que a Natureza já encetou. Porém, o teu país não é uma menor. Não penses em mim, neste momento, nas minhas palavras. Pensa antes, nesses inúteis que faltam à quase todas as suas aulas, que passam metade do seu tempo em discotecas a esfregar-se promiscuamente. Que povo vão é este, que não cultiva a inteligência, que tem como único lema o apoderara-se do que por direito os espera: churrascos na Baía, banhos de sol e dança e sexo na Cidade do Mindelo.
Minha querida que para tão longe escrevo, a conclusão é devastadora mas é bem clara aos nossos ollhos: os caboverdianos são na sua grande maioria incompetentes e quero lá saber se o país é quente ou tem muitas Praias e Paz! Queria-o intectualmente e inteligentemente na vanguarda e não ao soceiro do monte, confortavelmente à sombra, cmo tem estado. PEnsa, minha antiga conhecida: que país nessa África bela e vergastada por tiranos (os que depois de estudarem decidiram regressar para se apoderarem como já te tinha dito) tem mais condições para cumprir este projecto? Não respondas. No entanto, nós acabamos por nos tornar ultimamente num mísero e patético animal do divertimento que só tem dança por competência. Fracasso, fracasso, fracasso!!!! É o que todos são.
Mas o meu projecto é outro. Não pretendo contribuir em nada para tal espectáculo. Vou aproveitar o meu passaporte e meus direitos como cidadão unica e exclusivamente para comprar um terreno barato (quem sabe no fortim) ou dado quase de presente. A melhor ideia e que não está fora do meus intentos será renunciar de bom grado à minha nacionalidade e comportar-me como cidadão Europeu, neste caso português (sou-o), que lá vai para extorquir um pedaço de paraíso, após ter feiro o meu país a miséria e a decadência que são os ocidentais, à um punhado de idiotas. VOu comportar-me dessa forma e violarei eu próprio a minha terra-mãe para aprenderem. Não direi nem aos montes que alé nasci, cresci e vivi. Ceifar-vos-hei cá dentro e em tom supersónico e pragas lancarei a peste que aí habita. Pensa, Eileen, no diamante belo e imaculado ainda que têm entre mãos! Ou vendam-no todo e afoguem-se na vosso próprio enlevo.
Fala-te nem mais nem menos o ainda caboverdiano que pós este páis miserável que é Portugal de joelhos, o que alcançou feitos jamais alcançados por estes preguiços teus conterrânios. Obtive 18 à prova de acesso à especialidade, a melhor entre todos os Africanos escusado será dizer e uma das melhores em todo o território português de entre 1400 canditados. Até o meu livro foi publicado sem que o meu Editor tenha, desde o início até ao último instante, jamais suspeitado que não era português, apesar de ter a nacionalidade portuguesa. Sabes porquê? Porque tenho-me despido de quase tudo o que me lembra Cabo Verde, o país dos preguiçosos e adoradores de Momo e de Baco. O meu Deus preferido, já agora, é Apolo (descobre porquê). Aquilo tudo é pernisioso a inteligÊncia. Carecia que me demonstrasses o porquê de não continuar a livrar-me dessa pele. Não tarda nada tudo o que eu tenho feito não vai ter nenhma relevância porque dirão mais adiante que não sou caboverdiano, que o que tenho feito é tão excepcional que não pode ser considerado obra de um caboverdiano. Pois bem, hei-de a razão lhes dar. A quem oferecerei essas medalhas Eileen? A todos menos a Cabo Verde. Essa pele é que refuta-me. Se continuarem a sair daquele antro para conspurcar ainda mais a sua imagem o melhor é não sairem. Só envergonham-se e aos que tem de carregar com o fardo de serem caboverdianos, esses que aqui vêm poara passear mediocridades e mamas, estes miseráveis. No fim, mil anos depois de terem iniciado os seus cursos, só porerão ter um destino: Cabo Verde. Até assusto-me só de imaginar-me no meio de tantos incapacitados e mentalmente toscos.
Farei muito mais, minha antiga conhecida, como desde o início, desde que me conheceram, tinham visto, claramente os caminhos que eu haveria de andar e as terras distantes que haveria de revelar. Sei que sabes que eu sei e conhecço exacgtamente o alcance dos meus poderes e os meridianos do meu destino. Sei que também, como tu, poucos são os que tiveram o previlégio de conhcer de tão perto a minha força e meu génio. Vou fazer tanto e vou chegar tão longe (e tu o sabes) que, como se desejando uma tragédia maior para vós e para mim, no fim, o culminar deste trajecto será o de anunciar punblicamente a RENÚNCIA DA NACIONALIDADE CABOVERDIANA. E, jamais, daquela terra, excepto da minha linhagem, nascerá alguém como eu. No fim e, para a vossa desgraça, isto resulta de nunca caboverdiano algum ter feito o que por mim vai ser feito. Essa é uma forma nobre e magistral de manifestar o meu profundo repúdio à Humanidade. Não há nacionalidae alguma que me cative, digo-te. Muito menos a vossa.

Adeus terra imunda. Adeus para nunca mais.

Anónimo disse...

depois de ter descoberto na Praia, descobri agora na tua entrevista que gostamos dos mesmos escritores... Parabéns por mais este prémio.

Anónimo disse...

Depois de reler o que escrevi anteriormente, penso que tenho de reconhecer que não disse o que achava que era importante dizer e que as minhas críticas foram indiscriminadas e não correspondem ao que verdadeiramente sinto em relação ao meu país e às pessoas que nele vivem, inclusivamente a minha família. Fui extremamente cruel, injusto convosco, particularmente com alguém que por quem tenho a mais alta estima – a Eileen (um beijo Eileen. Sabes que eu adoro-te e que és umas das pessoas que eu mais admiro e grande marca deixaram na minha vida. Confesso-te que certas saudades são muitas vezes excruciantes e, és tal. Se deixei transparecer precisamente o contrário, sou um palhaço) e comigo próprio. Como compreendem, ceifar um amor seria talvez a tradução de outro oposto – o desamor próprio. Simplesmente e humildemente espero que o meu país não deixe de gostar de mim, como não imagino o que seja ser abandonado pelos próprios pais ou por aqueles que nos amam e que simplesmente o fazem porque o filho ou amado foi bastardo e merece o abandono. Fui agressivo, cáustico e um autêntico parvo. As minhas desculpas, sendo assim.
No entanto, não podem deixar de ter notado que me encontro descontente e desiludido com o nosso país e com o já muito antigo estado de coisa. Por um lado, reconheço que não posso identificar agravamentos do nosso estado e detalhá-los porque não me encontro neste momento no país, mesmo tendo ideias gerais do que vou ouvindo; por outro, sei bem e para isso não preciso lá estar, que, na maior parte dos casos continuamos na mesma e com problemas e mentalidade tão antigas quanto a nossa idade como estado livre. Somos e temos sido pouco mais que o mesmo. E isso é manifestamente insuficiente. Ao contrário do escrevi no post anterior nunca me considerei um exemplo para ninguém. Grandes exemplos já existem e não precisamos de ninguém para nos explicar onde podemos chegar. Penso que, como Cabo-verdiano que sou, a certeza absoluta que eu tive ao longo da minha vida e principalmente enquanto lá ainda estava era de que as nossas barreiras nunca foram geográficas. O nosso maior obstáculo como país, temo, é nós próprios. Sabemos exactamente onde podemos chegar se nos aplicarmos um pouco mais e, isso, para mim, e principalmente a partir do momento que eu comecei a conhecer devagar a grande sociedade europeia, foi e tem sido fascinante, uma autêntica revelação do nosso estado, de mim próprio. Ao conhecê-los passei a conhecer-me mais ainda. Acrescento que estou plenamente convicto da nossa sorte como povo e das nossas naturais vicissitudes. Não digo que temos uma posição privilegiada em África, mas não poderíamos ter recebido da Natureza um pacote mais único e potencialmente revolucionário de dotes intelectuais e do espírito. Mas ela dá de bom grado e também retira de igual, segundo a seguinte regra: YOU DON’T USE IT, YOU LOOSE IT.
Aqui onde estou, posso estar a falar numa linguagem intangível neste momento para vós que estais longe mas, por isso mesmo, a nossa perspectiva é forçosamente diferente. Entendo muitíssimo partilhar convosco uma visão de um Cabo-verdiano (falo de um cabo-verdiano mas não estou a referir-me a mim. Refiro-me a todos nós.) totalmente transfigurado, consciente de si próprio, que terá de estar pronto e disposto a cultivar a sua já muito bela inteligência, espontaneidade e humanidade naturais. É forçoso que assim seja, que nos alcemos para o futuro com esta tão bela bagagem, que não percamos mais tempo, que nos respeitemos. Podem estar em desacordo se eu afirmar que a melhor forma de respeitar e honrar o meu país é descobrir-me primeiro, ter a exacta percepção do que sou e porque é que o sou e, de seguida, voar sobre o mundo porque acredito que podemos voar, mas é esse o meu parecer. Chego até a ter a sensação que somos maravilhosamente poetas de pensar e no viver. Isto para mim é majestoso! Mas, só seremos sobranceiros e excelsos em nossa plenitude quando tivermos amadurecido todos os nossos dotes. Portanto, se quiserem, o melhor Cabo Verde está a nascer. Utópico hoje? Não creio. É só vermos o que já fizemos com tão pouco de uma forma tão natural.
Atentem nesta alegoria: imaginem um futebolista ou outro desportista jovem com um talento enormíssimo, um génio em potência. Sabem que só com muito trabalho e com, talvez, os treinadores certos, nestes casos, se conseguem saldar as ditas “promessa”. Dizendo de outra maneira, é necessário também o cultivo da inteligência ou andamos todos a desperdiçar talento. Se imaginarem-nos como esses tais jovens talentosos imaginem os lugares onde chegaríamos se encontrássemos o “treinador certo”? Só que neste caso não precisamos, felizmente, de um treinador de futebol ou de outro desporto qualquer, precisamos de cultivar em nós próprios esse imenso talento. Nesse sentido, penso que Cabo Verde tem sido um miúdo (ou uma miúda para não ser discriminatório) talentoso (a), mas tem falhado sempre nas suas promessas. Esperar que um país tão jovem como o nosso esteja (e está) em condições de dar esse passo é só mais uma prova da nossa precocidade, magistralidade e do nosso potencial para realmente deixarmos uma marca na história da Humanidade. Espero que tenha feito passar um pouco do que era importante, desta vez. Costumo dizer a alguns amigos meus que os Cabo-verdianos conseguem voar, mas não acreditam-no. A partir daqui será só uma questão de uns acreditarem e outros não.
Não queria escrever neste espaço um ensaio sobre essa questão, por isso despeço-me com um adeus fraterno.

Do vosso,
Gilson Alves,
Porto, Portugal.

Eileen Almeida Barbosa disse...

Acho que ficámos todos contentes por o GA ter esclarecido alguns aspectos... Pregou-nos um certo susto, não foi?