Soncent

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terça-feira, 8 de maio de 2007

Não as matem!

Este nosso pequeno país insular está-se a tornar um perigo para as mulheres. No intervalo de um mês ou menos, foram 3 as mulheres assassinadas pelos seus companheiros.

A trajectória destes relacionamentos começa pela troca do primeiro olhar e termina de forma variada, mas sempre fatal: com facadas, tiros à queima roupa na cabeça - a caixa do Fragata, anteontem, 22 anos - ou com pancada pura e simples - uma estrangeira que vivia na Cidade Velha. E vamos a fazer contas: um homem não bate e mata numa única vez.

Começa a bater, vai batendo, até que um dia, é fatal. Ou às vezes falha, como aconteceu há alguns aninhos, deixa a mulher numa cadeira de rodas, e fica em liberdade porque o julgamento durou tanto, que o juíz achou que ele agora já tinha vida construída e não lha iria distruir...

Que exemplo é este que estamos a dar? E se todas as mulheres decidirem fazer como a personagem da Jeniffer Lopez que não tem outra saída que matar, ela mesma, o marido violento num filme cujo nome agora não me ocorre?

Há muita reflexão a ser feita sobra a condição da mulher neste país, e não estou a apontar o dedo a ninguém. Homens e mulheres têm falhado. Mas as consequências mais trágicas têm um A no fim.

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