Boneca de Shangay

Fui ao Adérito Sena duas vezes na semana passada. No primeiro dia, para ver Sal - Santo Antão (aplausos para Santo Antão, claro, via-se bem que nós somos irmãos, quando o gigante cá ao lado marcava, o estádio vibrava) e São Vicente - Santiago (mais viço nos aplausos, queríamos que Loloti entrasse para que ele nos provocasse e nós o xingássemos.)

Já no sábado à tarde, estava um sol abrasador e notei na infinita importância de encontramos uma cadeira: sentada com a "polpa" no chão das escadas, não achei tanta piada ao jogo. Também! Era como uma mãe a ver um jogo entre os dois filhos: como ficar contente ou triste quando um marca um golo? Como apoiar Soncent, se costelas, saudades e memórias são tão fortes e vindo do lado das montanhas? E o futebol, que é assim mesmo, reservou-nos a surpresa de pensarmos que Soncent ganhava, para, no último minuto, Santo Antão - que para mim foi o grande campeão - marcar um golaço e passarem para penaltis. Aí, o locutor da RTC lembrou-se de dizer e repetir "Agora é o que Deus quiser!"

De maneira que o público aplaudiu, mas não se sentiu aquela emoção... aquela... vocês sabem... hehehhe

Para quem não sabe, o Loloti é o que eu pinta o cabelo de loiro desmaiado, faz brutalidades, mete uns pontapés de vez em quando no peito dos oponentes e quando é vaiado, perde tempo a fazer sinais com os braços para que se faça mais barulho e pôr a mão à volta da orelha, a dizer que não ouve. Hoje em dia é também chamado de "boneca de Shangay". Mas não jogou.

--