Soncent

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Todos os nomes

Ontem à noite, inspirada pelo Titó, que me disse que a sua noite preferida é a de quinta, pus um pretinho básico e fui até ao Vôo, o nome pelo qual se conhece o Jazzy Bird, bar de culto da cidade.

Bar de culto porquê, perguntam-me vocês. Ê, pá, porque sim, porque há lá um je ne sais quois, que tem a ver certamente com a música, com quem lá vai, com quem lá trabalha - O Vôo, a Sandra, o Shaka - com a decoração - preto e branco, um jazzista todo branco pintado na parede toda negra, e talvez, o espaço alargado do bar - podemos sentarmo-nos lá dentro, mas também podemos trazer as "motchinhas" e sentarmo-nos na rua, os carros passam para ver quem lá está, interessam-se, estacionam e vêm falar connosco.

De maneira que foi assim: arrastei uma motchinha para me sentar e outra para estender as pernas. O Teacher, que é como todos lhe chamam, passou por lá, estava eu e o inventor de Eileenístico. Depois veio o Cientista das renováveis com o Roby e falou-se sobre a apresentação do linguista Nicolas Quint, do qual ainda não vos falei.

O Cientista, sem ter ido à apresentação, continua a defender que o crioulo é o tal português mal falado, com influência de tudo quanto foi barco ou caravela que atracou no nosso porto e nos gritou uma palavra nova borda fora, ao passar pelas águas de Cabo Verde. Não quis ouvir os meus mui recentes e sábios conhecimentos de criolística, tomados de empréstimo ao Nicolas e à Dominika, criolistas europeus.

Passado um bom bocado, em que eu e o Teacher estivemos a palrar inglês somente pelo prazer de o fazer, apareceram o Carszé, o Peter, uma das gémeas La Terrasse, o Sizu (será que estou a fazer riola para alguém que foi lá às escondidas?) Falámos de tatuagens, de filmes, de música, da crise. Que bom que estava. Só me fui deitar porque hoje vinha trabalhar...

Claro que estava lá o palhaço que achou que era normal meter conversa comigo, dizer-me "bem li" como se é assim que se fala com quem não se conhece somente porque somos todos crioulos. E ainda teve coragem de pegar no carro, vir atrás de mim, chamar-me no meio da praça, inverter a marcha, armado em garapau de corrida.
Despachei-o com poucas palavras para aprender que já não estamos na idade da pedra. Há ainda muito homem por aí a pensar que ainda basta dar umas marretadas na cabeça da mulher para a arrastar gruta adentro.

3 comentários:

Anónimo disse...

...se for o suficiente para fazê-la desmaiar...porque não? lol, Brinco

Eileen Almeida Barbosa disse...

Que espirituoso, Anónimo....

Anónimo disse...

Ummm... sempre disseram que a malta de S.A. quando emborca um bom grogue põe-se a falar pt e que a malta de S.V. quando bebe dois puros começa logo a falar Ing.

Um mam li pa Merca há meses com vontade de papia badiu, sampadjuda e afins bsot ta fala ing...com pronúncia de rua de praia(!?)...
Bem era só para dar um olá...