Soncent

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

China I

 
Fui à China. O Império do Meio recebeu-nos com honras, quente, eficiente. Pequim pareceu-me bastante ocidental. Uma cidade europeia, com carros conhecidos, arquitectura familiar, estradas com imensas faixas, e sim, uns quantos chineses. As mulheres, de calções curtos, vestidos esvoaçantes, pernas bem torneadas, com os eternos cabelos sedosos a cair costas abaixo.


Momento alto: andar nas cadeiras para dois, puxadas por bicicletas. O Kaunda e eu, a gritar, a pensar que iamos ser abalroados pelas outras bicicletas de condutores taciturnos, a tirar fotos tremidas, a sentir que por cinco minutos, estávamos a fazer turismo na China. A novidade foi que as tais bicicletas têm motores, donde, os condutores taciturnos não dão uma única pedalada. A poluição vê-se, mas não se cheira. Vê-se no sentido em que não se vê nada a mais de duzentos metros. Está tudo envolto numa névoa cinzento clara, húmida, não desagradável de todo.



Shenzen já é outra coisa. A vegetação chamou-me mais a atenção. À beira das estradas, nos prédios, por todo o lado, o verde grita, parece que avança na nossa direcção. É um verde viçoso, ardente, vivo, vivo, vivo, vivo, vivo! Shenzen passou de três mil almas para doze milhões em cerca de trinta anos. Aposta na indústria, nas tecnologias de informação, nas energias renováveis. Tem montanhas cortadas por túneis, tem um dos maiores portos de contentores do mundo, a arquitectura é criativa, inovadora. Uma pessoa pensa: Eu podia viver cá. E a duas horas de distância, estão Macau e Hong Kong.



Macau... Que doce de ilha, de cidade, de ruas estreitas à portuguesa, de construções que desafiam as leis da física, de hotéis e casinos e pontes e luxo! Visitámos um hotel que, dentro, tem uma Veneza de faz-de-conta, com as fachadas a dar para um rio de águas cristalinas, pejadas de moedas que, segundo o director, ainda são uma interessante fonte de receitas. Recebe milhares de pessoas por dia. O mais interessante será o tecto - é pintado como se fosse um céu, iluminado como se fossem 5h35 da tarde, um azulzinho convidativo que nos embala nas nossas compras, que nos faz querer passear nas gôndolas ouvindo um gondoleiro cantar qualquer coisa - que não chegamos a ouvir. Nem fizemos compras, nem jogamos no casino, nem nada – mas isso já é outro assunto.


 

1 comentário:

Tey Alexandre SilFonSoares disse...

Sortuda!
Eu Pequim tive a sorte de a conhecer, com bem mais visibilidade mas, em contrapartida muitos menos graus centígrados (cheguei a apanhar com 18º negativos).
Schenzen foi uma maravilha que descreveste. Mas bem me lembro de terem dito que duma vila piscatória com 300 mil habitantes passou rapidamente para 5.5 milhões.... isso em 2004! Ou seja em 8 anos apareceram mais uns milhõezinhos...
Hong Kong ainda vi de longe... Macau nem cheguei perto!