Esta época mágica, em que não está frio mas também já não
faz aquele calor obsceno; estas manhãs mais cinzentas, às vezes com pinguinhos
de chuva, às vezes só com uma brisa que sentimos vir lá de longe, uma brisa que
passou por montanhas verdes, por cumes cheios de neve, por planícies cheias de
bezerras branquinhas, vacas malhadas, quiçá um ou outro suíno gordo e cor-de-rosa;
uma brisa enfim, que veio desde lá onde mora o tal do Pai Natal, que, como toda
a gente sabe, mora numa casa de madeira entre dois rios, numa zona de moinhos
de vento e moinhos d'água, numa zona com relva pelos joelhos e onde as andorinhas
fazem os seus ninhos.
E esta brisa sopra-nos na cara e lembra-nos que Dezembro vem
vindo, um mês de alegrias e famílias e celebrações e memórias de outras
alegrias, outros seres queridos, outras celebrações. Então esta época, por ser
tão mágica e querida, preenche-nos assim o coração e contamos os dias para que
cheguem os dias mais importantes, esquecendo-nos que estes até são melhores,
tantas vezes é melhor a antecipação que a coisa em si…
E porque sim, porque estou com o coração cheio de
antecipação e alegria que vos mando a todos um beijo soprado, leve mas quente,
não aquele que queima mas do calor do pão quando está fresco e tiramos da
padaria com um suspiro de satisfação.
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