No mosteiro

O dia amanheceu e eu dormindo em plena Achada Santo António. Gosto da Praia. Gosto da Prainha, do Farol, do Mosteiro. Uma vez tive um momento místico nesse mosteiro ao som de I believe I can fly, do R Kelly. Acho que nessa altura era ainda meio crente. Depois, ainda em estado de graça, entrei nos corredores do sítio e encontrei um rapaz a escrever na máquina com os dez dedos. Falámos um bocadinho, ele ofereceu-se para me levar para a Assomada. Recusei, claro, mas muito agradecida e fui para o farol. Muitos anos depois, já a estudar em Faro, o meu colega de curso, Luís, disse-nos que pensara ser padre uma vez e andara num mosteiro. Uns tempos depois, disse-nos que escrevia assim depressa porque andara a passar uns manuscritos de um padre para letras de imprensa. No meio destas conversas, descubro que foi ele o rapaz que encontrei lá, no verão de 97...