Eu nem sabia que se comemorava o Santo António na Ribeira de Julião, mas quando soube, para lá rumei já depois das onze da noite. Estava esquisito. Eu podia sentir os arrepios a descerem-me pela espinha. Já não se tocavam tambores, havia relativamente muita gente, as barracas do costume, as mesas do patrão. Senti também um clima de "perigo no ar". Um clima "denso de se cortar à faca".
Tudo por morrer de medo de que uma garrafa de Super Bock viesse a voar pelos ares e aterrasse na minha cabeça - arredondada e bem feita, com cabelos longos pela altura dos ombros. (Todas as mulheres dos romances de pacotilha têm cabelos compridos, pelos ombros, independentemente de serem amorosamente loiras, selvaticamente ruivas ou deliciosamente morenas.)
Àquela hora, o teor de álcool no ar já era tão expressivo que acender um cigarro podia ser fatal. Para o São João, arranjo um capacete e vou outra vez.
2 comentários:
Oi Poetisa,
Também não sabia q se comemorava o Santo António por aquelas bandas.
Já vi a capa da antologia poética cabo-verdiana, em q participas também. Parabéns.
Tenho uma proposta: vamos trocar poemas? Mandas um teu q eu mando outro meu.
O meu e-mail pessoal é waldiraraujo@hotmail.com
Bjs,
Waldir
Olá Waldir. Já te acrescentei ao MSN. Espero que o uses. Os meus poemas são fraquitos, mas se os quiseres na mesma, não há crise...
Beijos!
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