A Burguesa - confessem que já a esqueceram! - andava por estes dias, vestida no seu robe de ramagens, a rabiscar umas coisas num guardanapo. Quando saiu para se ir encontrar com o R., amolgou o tecido - a maldida escrevia num guardanapo de pano - e jogou-o lixo adentro. Eis o que escreveu:
Para me vingar
De não ser homem
Uso e abuso
Dos brinquedos
Enfeites
E deleites
Do meu ser
E esses disparates
Como-os à colher
Esses truques
De ser mulher
O salto, que é alto
O brinco, comprido
A saia, de seda
A blusa,
O famoso vestido
O batom, a sombra
O cabelo, escorrido
Não sou homem
Sou a sua musa.
A Burguesa deve estar é maluca! Agora digam-me como é que eu lavo o guardanapo??
6 comentários:
Não laves o guardanapo pq o poema ficou "origi", mas não sei porquê quando cheguei no último verso fiquei a espera de mais uma estrofes...acho que tinha mais pano para manga.
Sisi, quando eu vir a Burguesa, digo-lhe assim... hehehe
Beijinhos!
Vou ficar a aguardar :P
Que poema horroroso. Ela tenta, tenta e tenta. Esforça-se por ser o que não é. Escritora. E advirto-a que, embora qualquer atrasadomental possa rabiscar duas linhas em prosa sobre o que bem entender, poesia a sério não é para qualquer um. Nisto tem-se mesmo de ter uma benção dos deuses. Aqui não pode inventar. Mas deve imaginar a quantidade de lixo como você a pulular na net. É só mais um. Que nojo.
PS: Sou cabo-verdiano.
Uma adaptação possível:
Para me vingar
De não ser burguês
Uso e abuso
Das ferramentas
E das tormentas
Do meu ser
E esses disparates
Como-os à vez
Esses truques
De não ser burguês
O suor, que é frio
O cansaço, sofrido
A alma, de rastos
À volta
O famoso rebite
O aço, a bigorna
O ferro fundido
Não sou burguês
Sou a revolta
a) RB
Uau, RB, adorei!! Muito engraçado, sim senhor!
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