Soncent

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Óleo, pastel e sépia

Ontem pensei que ia morrer. Tive medo. O medo de morrer é diferente dos outros medos, mas por alguma razão não se sobrepôs o meu sentido de ridículo e embarquei na onda. Mas pensei logo no meu testamento.

Via-me a caminhar para o matadouro mas nada fazia para me desviar do caminho. Se calhar, alguma parte de mim com muito peso nas decisões sabia mesmo que não morreria. Digamos, uma minoria com voto de qualidade. Ou apenas um sentido de dignidade que pousou em mim, fazendo-me ser, por momentos, uma mártir que sabe que morre agora mas ganha séculos de fama.

Mas sem fama.
Enfim.
Não morri.
Que bom.

4 comentários:

Nuno Andrade Ferreira disse...

Sim, que bom.

Unknown disse...

LINDO PEDAÇO DE POESIA PROSAICA...
AÍNDA BEM QUE, AFINAL, NÃO MORREU, APENAS SOFREU A ANSIEDADE DE UMA VIAGEM SEM REGRESSO E DESCOBRIU QUE, AFINAL, VIVER É MELHOR!

Edson Cabral dos Santos disse...

isto assusta...

Eileen Almeida Barbosa disse...

Nuno, Zito, Edson, é de facto bom irmos partilhando este mundo, e de preferência, gozando-o bem, a cada dia!