Soncent

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Neste amplexo de fibra sintética


 
Subo as escadas arrastando-me pelas paredes. Galgo sem energia estes degraus que me afastam. Faço um pedido chorado.



 - Que me ponhas ao colo…

 
Mas não há colo para mim, então escondo-me debaixo dos mais pesados cobertores e peço-lhes que se façam de útero. Há neste amplexo de fibra sintética, neste calor falso, algum conforto? Deve haver, pois enfim adormeço.
 
Depois de me levantar, sou atraída pela luz da manhã. Encosto a testa na janela, olho o mar. Penso em ti. A minha vida é um pensar em ti que nunca mais acaba.

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