Soncent

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terça-feira, 6 de março de 2007

Dêem a vossa opinião... isto interessa

Ontem houve uma palestra cujo tema considero fazer todo o sentido discutir em Soncent. A palestra era sobre a necessidade de a nossa sociedade civil se posicionar em relação às vendas de terrenos, e subjectivamente, "contra a venda dos nossos patrimónios a estrangeiros que só querem enriquecer à nossa custa."

Pairava sobre nós o motivo principal da palestra, embora não o tenham referido de forma inequívoca: a venda do Fortim d'el Rey para a contrução de um casino, restaurantes, residências e apartamentos. Os presentes na sala, na sua maioria, mostravam-se contra mas a palestra em si foi inconclusiva, não se tomaram nenhumas medidas e acabou-se caindo numa de politiquice baratusca. É pena. o resultado prático, no que me toca pessoalmente, foi ter aparecido a "remar" na televisão, de tanto sono. Não por desinteresse, mas pelo efeito de um discurso de voz pausada e sem variações.

Há muito que se diga em relação a este tema, desde preservar o que é nosso, a dar espaço ao progresso e sei lá que mais. Há aspectos objectivos e subjectivos nestas questões, e para nós mindelenses, é claro que os subjectivos pesam mais do que para os investidores estrangeiros. Razão pela qual, antes de mais, devia ser feito o levantamento, (tal como foi sugerido na palestra por um senhor das Canárias) do que é património e que por isso não pode ser tocado.

Houve uma voz lá que classificou o Fortim de "simples ruínas". Já o Leão Lopes, o palestrante, referiu-se-lhe como "O nosso Versailhes". Os factos objectivos são estes: Foi o primeiro edíficio da ilha, pronto em 1853. Isto é facto. Foi construído para ser um forte que protegesse a ilha contra ataques de piratas. Não era grande coisa nessa função, e serviu depois outras funções, a cujos pormenores faço referência numa crónica em A Revista Mindelo Urbano - O Filme.

Se calhar, faz sentido publicar a crónica. Se calhar, o que nos falta também é conhecer a nossa história. Quanto mais conhecemos a história dos nossos edíficios, mais valor lhes daremos e menos quereremos que sejam vendidos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu, como tu, crescemos a "beira" do fortim. Confesso que nao sabia ter sido o primeiro edificio em Sao Vicente mas acho que e mais uma razao para nao ser destruido. Tambem concordo com o progresso mas nao as custas da nossa historia que ja nao e muita. Por isso, sugiro o seguinte: porque nao renovar o fortim - deixar a facada e fazer de la dentro entao o que se quizer. Quanto a venda a estrangeiros, porque nao alugar, eles podem melhorar o edificio e por fim, nos ficamos com o nosso patrimonio.

Anónimo disse...

acho que aqui exagera Eileen! Sem os investimentos de estrangeiros Soncent não é nada. Bom quase isso Lina

Unknown disse...

A memória de um povo, a sua história quer se queira ou não, faz parte da sua identidade. Fortin ou outro património, só são ruínas do tempo, mas não da nossa afirmação como nação. Sim, porque a nossa nação foi crescendo e fortificando nos sacrifícios, mesmo que seja em prisões. A modernidade nunca foi e não significa apagar as nossas memórias.
Arsénio Gomes.