Soncent

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sobre a discriminação

Vou, já pedindo licença ao autor, Manuel Almeida, transcrever um comentário que fez a uma crónica do Miguel Sousa Tavares, que achei muito interessante:

"A acção afirmativa tem sido uma política seguida com êxito nas últimas décadas, quer sob administração republicana quer democrata, nos Estados Unidos com vista a eliminar a discriminação (racial, de género, de sexualidade, outras).

Parte-se do correcto pressuposto que não existem diferenças de mérito assentes na raça, no credo religioso, no género ou nas opções sexuais. Daqui se conclui que se os membros de um dado grupo se encontram sub-representado no poder político, no poder económico, etc. então esse facto deve-se a discriminação e deve ser corrigido por políticas activas (que podem incluir o estabelecimento de quotas). As principais políticas de acção afirmativa centram-se ao nível da educação, do emprego e da representação política.

Os resultados destas políticas nos EUA foram muito positivos. Hoje Obama tem fortes possibilidades de se tornar Presidente. Há poucos décadas os negros nem sequer podiam usar o mesmo autocarro que os brancos. Muitos outros países civilizados tem programas de acção afirmativa para combater a discriminação.

As políticas de acção afirmativa requerem que primeiro se reconheça que existe um problema.

Em Portugal as elites apregoam que não há racismo, mas só há um afro-português no parlamento e nenhum no governo, nem nenhum na administração das empresas portuguesas mais importantes. Os ciganos (uma das minorias etnicas do país) não estão representados em lado nenhum. Em Portugal as elites não reconhecem que exista discriminação de género mas as mulheres estão sistematicamente sub-representadas no poder político e no poder económico ou académico. Em Portugal as elites afirmam que não existe discriminação religiosa mas no parlamento não existem membros de confissões religiosas não cristãs. Em Portugal as elites juram que não existe discriminação pela orientação sexual, mas todos sabem que não é assim.

Não estarei longe de advinhar que nos próximos anos teremos na União Europeia uma maior atenção à discriminação (a França está a ter um despertar violento, o Reino Unido tem já políticas fortes, a Alemanha também , os nórdicos são conhecidos como bons exemplos e a Espanha está a tornar-se um país de referência). Quando as comparações e os rankings forem publicados veremos então estilhaçadas as afirmações das elites sobre a não existência de discriminação no país.

Miguel Sousa Tavares não tem razão nenhuma."

26 comentários:

Anónimo disse...

O presidente da Portugal Telecom ( uma das maiores empresas de PT) Zeinal Bava, é preto, monhé; Ricardo Costa, monhé ( preto de cabelo fino) é director da SIC Notícia e director-geral adjunto da SIC; A. Costa foi ministro por duas vezes e é agora presidente da Câmara Municipal de Lisboa tb é monhé . Há ainda o Professor Vera-Cruz, de CV, e mais uns tantos...

Eileen Almeida Barbosa disse...

Fiz um google do Zeinal Bava e ele não me parece nada, nada preto... antes pelo contrário. Quiçá os outros não o serão também? E se os podes contar nos dedos, não estarás a dar razão ao Almeida?

Anónimo disse...

Se o Zeinal Bava é branco tu também serás ( talvez seja das fotos)... São poucos, concordo, mas a % de pretos em PT não é assim tão grande, e ainda há que ter em conta que o tipo de imigrante ( preto) que aportou em PT, a maioria foi na década de 70 para às obras, e com uma escolaridade não "muito elevada"...
PS: o A. Costa participa na quadratura do circulo na SIC notícias, compara a sua cor com às dos outros comentadores de serviço...não é mandjaco, mas branco, só se aqui na terrinha.PS: Aqui em SV sou branco,em PT no maximo era considerado brasileiro, mas isso é o problema de tentar saber quem é branco, brumeje,assim assim... e outras definições absurdas.

Anónimo disse...

Concordo com a crónica...há um grande problema de integração das minorias étnicas, mas as coisas melhoraram muito desde da década de 80 ( quando cheguei cá)... Quanto ao Zeinal Bava é o que chamamos monhé, não são pretos mas também não são brancos, a maioria veio de Moçambique com a independência deste, mas na verdade são descendentes de Indianos e Paquistaneses que imigraram para Mz. É o nosso orgulho nacional, não é preto preto , mas é o melhore que temos.

Anónimo disse...

No dia que os betinhos de Portugal descobrirem que a Sacoor é uma empresa portuguesa e que os donos são monhés ( MaliK Haiderali Sacoor, Rahina Sacoor e Moez Sacoor) de Moçambique, vão ter um ataque...tanto não querem vestir roupa chinesa que acabaram a vestir roupa de preto...

Anónimo disse...

Caro Gilson,

Zeinal Bava é preto? Tás s gozar.

Ricardo Costa é preto? Não estás a confundir bronzeado com pigmentação natural.

Nem o A. Costa, o mais bronzeado de todos chega a ser considerado preto.

Ou tás a brincar ou então a tua discriminação é tamanha que finges não tê-la, chamando os não nórdicos (morenos) de pretos. Como chamarias os pretos de verdade?



Momento Educativo:

Pretos são: Eusébio, Mantorras, Sara Tavares, Tito Paris, Nani,

Eileen Almeida Barbosa disse...

hahahah, achei o máximo essa do momento educativo.

Mais a sério, realmente não se vêm ainda muitas caras negras em grandes posições em Portugal, sim; nos EUA, o que eu notei foi que um negro que estudou, tem dinheiro ou é artista como que perde um bocado a cor; na minha turma, no curso, dei-me conta que ficava cada vez mais branquinha à medida que os meus colegas se convenciam de que eu não vinha da selva, e tinha, como eles, torneiras em casa.

Essa da Sacoor também está gira e bem gostava de saber a tal reacção dos betinhos.

O engraçado, de qualquer forma, é que este comentário do Sr. Almeida veio na sequência de uma crónica do Miguel sobre um congressp feminista em que ele critica as quotas, e mais meio mundo e afirma que já não existem maridos que chegam a casa e pegam num jornal, e ficam à espera que seja a mulher a preparar o jantar e tomar conta dos filhos. Pois!

Anónimo disse...

Devo dizer que reconheço que toda essa discussão sobre saber quem é preto, e a partir de q grau de “bronzeamento” se deve considerar fulano preto ou branco, é toda ela preconceituosa . Mas só por desconhecer a história e o funcionamento dos regimes segregacionistas brancos se pode consideral o Bava e ou o Costa branco. Aconselho a quem tenha essa curiosidade, a tentar saber se monhés como o Bava e o Costa, na África do Sul de Botha ( onde havia muitos) e na antiga Rodésia podiam entrar nos restaurantes dos brancos .
Tenho a noção que em CV facilmente se é considerado suficientemente branco para se ser considerado branco, e algumas pessoas chegam a ficar ofendidas se não lhes reconhecem a fineza dos seus cabelos ou a clareza da sua cor, mas esses complexos não reconhecidos , já a muito conheço-os, por isso compreendo as insinuações...mas perguntem a qualquer Skin se considera o Costa ou o Bava um branco.

Anónimo disse...

Os irmãos Costa e o Bava brancos????????? Só em terra de pretos!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Ministra das Finanças do Psd, era isso mesmo, ministra e não ministro.

O escritório onde trabalho, advogados com mais de 100, a sócia principal é isso, sócia.

Os ciganos não reconhecem o estado português, nem Portugal como o seu país, como pode Portugal reconhecê-los como seus??

Afro portugueses, não existem.

Ou são Afro, ou são portugueses...

A raça é isso, raça, não é nação, eu não sou Euro Português, sou Português e só. Embora descendente de alemães e ingleses...

Quotas raciais ou sexuais levam à exclusão da meritocracia...

Seria bonito que o parlamento ou que as empresas de topo do país tivessem obrigatoriamente ciganos.

Por outro lado, talvez a venda de bens contrafeitos seja boa para ajustar a economia nacional.

Por fim, não é normal, num país em que há mais brancos que pretos, que haja mais brancos que pretos no governo e afins?

Além disso, creio também ser verdade que a primeira geração com bastantes pretos escolarizados é a dos 20's 30's, ou seja, sem idade para cargos de poder.

Vejamos se daqui a uns anos não está mais eclética balança do poder acredito que sim, já que desde que comecei a trabalhar, há 4 anos tive sempre pessoas de outros sexos raças e mesmo religiões comigo e em posições superiores à minha.

Eileen Almeida Barbosa disse...

Atenção, que desde que descodificaram o DNA, ficou provado que não existem raças no que a humanos diz respeito. O Mandela pode ser geneticamente mais parecido com o Putin do que com a Tina Turner.

Anónimo disse...

Lá vem ela mais um vez a desancar nos tugas... Haja racismo!!!! Não é pelo facto de ter sido assaltado por pretos que todos os pretos passam a ladrões. E não é pelo facto de teres sido mal tratada por meia dúzia de tugas que te dá o direito de dizer que a maioria dos tugas são ignorantes ( como escreveste num post), pois não gostarias que dissessem o mesmo dos teus ( apesar de ser verdade), aliás choveriam acusações da tua parte de racismo, exemplos de professores e doutores pretos...

Eileen Almeida Barbosa disse...

Emn que frase exactamente é que eu disse que a maioria dos Tugas são ignorantes?

Anónimo disse...

Atenção, o teu post é que fala em raça e racismo...!!!!

Eileen Almeida Barbosa disse...

Atenção, o post é da Autoria de um senhor Manuel Almeida, no site do jornal Expresso. Eu trancrevi-o na íntegra, e fiz referência a isso, não o dei como meu! Achei-o "interessante".

Anónimo disse...

Respondendo à comentários ao facto de teres sido alemão durante o jogo Pt vs Alemanha... 1128

Eileen Almeida Barbosa disse...

Nunca fui alemão na vida. Mas já fui alemã, sim. Que é que tem?

Anónimo disse...

ahahahahah Eta Eileen
Isso ta a ferver.

Sempre pensei que fosse SOMENTE no Brasil que existiam mais de 4 raças( Branca, Negra, amarela, e vermelha-indios).

É que no Brasil para alem dessas 4 raças ainda existem as raças: pardas, morron, torradinho, café com leite, moreno, jambo, amarelado etc etc

Aqui em CV sou branca, lá eu era Parda, mas somente na Suécia acertaram na minha raça e colocaram o que sou: negra.
Mas ao contrario de CV, Brasil, PT e USA, na suecia nem sentia que tinha uma cor de pele diferente dos "brancos". Eles tem um respeito enorme pelo outro, principalmente pelos estrangeiros (sejam eles negros, brancos, amarelos, jambos ou pardos), pois reconhecem que a SUECIA é hoje o que é devido aos muito emigrantes que para lá foram.

A mim dá-me vontade de gargalhar, vontade não, caio mesmo na risada quando me dizem que não sou negra/preta/morena. Tirando a cor da minha pele, tudo o resto é de negro: olhos, cabelo, boca, nariz.

Uma coisa, por favor não chamem aos negros de mandjaco. Mandjaco é uma tribo e nem todos os negros do continente pertencem a essa tribo. É bom lembrar que aqui em CV temos cabo-verdianos negros (com a cor da pele tão negra quanto os do continente). A minha familia é um exemplo disso...

Anónimo disse...

Um tem friskinha de tumbarina, morango, laranja e limão. 5$ cada... Quem quer?

Gustenberg

Anónimo disse...

O interessante e que os portugueses que emigraram para Alemaha na decada de 60 eram chamados PEQUENINOS, PORCOS E PRETOS, por causa da cor do cabelo e da pele. CURIOSO heim.

Anónimo disse...

Não disse que havia qualquer problema em seres alemã, russa, senegalesa ... só critiquei a forma preconceituosa ( para poupar nos adjectivos), mas muito reveladora, como referiste aos pts numa resposta ( a das 1128) aos vários comentários que te fizeram no teu post sobre seres alemã num jogo de futebol

Eileen Almeida Barbosa disse...

Preconceito não é o conceito que se tem antes de se conhecer? Eu conheci. E muito à-vontade tens, óh anónimos, para cá vir mandar bocas, escondendo-te atrás de uma cortina. Já devem ter reparado que eu não sou lá muito paninhos quentes. Acho que todos os bloggers sentem na pele, mais cedo ou mais tarde, que os outros nos entram pela casa a mandar bocas da forma como disposmos os sofás e de como servimos a paparoca.

Anónimo disse...

É extraordinário como o teu discurso e os teus argumentos são tão parecidos com os daqueles que acusas de preconceituosos, racistas e pouco esclarecidos ...aliás eles também não serão preconceituosos, ... os brancos da África do Sul do apartheid conheciam muito bem os pretos ( estes até eram a maioria, e estavam todos os dias com os patrões brancos). E já agora, na tua casa tens portas, paredes, janelas, cortinas... no teu blog não. No teu blog abres-te ao mundo, exibes o que bem te apraz , dizes o que bem queres não para os teus convidados mas para todos , não podes em contra partida vir com esse discurso de privacidade, de “casa” pq é em si contraditório, se um comentário não te agrada, respondes, insultas , dizes da tua justiça, mas o discurso da “casinha” é muito primário e incoerente. Por fim, devo dizer que as mensagens valem por si, não por quem as diz ...Se não consegues atacar a mensagem atacas o mensageiro? Faz diferença chamar-me, Carlos, Ivan, Artur...nunca poderias ter a certeza com quem estarias a falar, aliás na verdade nem te conheço ( se fossemos conhecidos, amigos, talvez fizesse algum sentido, mas assim...)
Um... Carlos é um bom nome...giro.

Carlos Ramos...

Anónimo disse...

Encontrei o teu blog graças ao C. Margoso , de vez em quando faço uma visita, mas nas duas últimas visitas encontrei comentários teus que não posso deixar de censurar. A raiva com que falas dos portugueses, o preconceito com que te referes a eles ( preconceito sim, pq se é certo k conheceste alguns portugueses - talvez 100,200,400 – não conheceste os 10 milhões, e desses 100 que conheceste generalizas para os outros). Quando fazes as tuas considerações, parece-me ouvir as velhas frases sobre os pretos e os ciganos ( preguiçosos, ladrões, etc). Não digo k em Pt não exista problemas, preconceitos e afins, mas a tua atitude em tudo se assemelha as generalizações que alguns brancos fazem sobre os pretos por terem sido assaltados, agredidos ou pq grande parte dos detidos serem estrangeiros e pretos. E devo dizer que a razão pela falta de pretos nos centros decisores deve-se muito a falta de pretos ( proporcionalmente aos brancos) com preparação para tal, basta ter em conta que, por exemplo, um grupo como os indianos de Moçambique ( monhés) que por ter um nivel educacional elevado ocupam um lugar de destaque em várias empresas o Bava e os irmãos Sacoor são apenas um exemplo.

Escreve-te um preto que é português com orgulho...que muito já discutiu por causa de generalizações como as k fazes, mas em relação aos pretos.

PS: Não sou daqueles que dizem k todos os africanos tem de gostar da selecção Pt e que devem sentir algum “amor” por Pt, muito pelo contrário, se não são pts não há razão para tal. Mas isto é um coisa outra é insultares todo um povo, pois há pretos pts. Diria o mesmo se as tuas considerações fossem em relação aos alemães, russos, ou marroquinos.

Eileen Almeida Barbosa disse...

Estou e vou reflectir longamente nestes comentários... Daqui a uns tempos releio os meus, para ver se encontro o tal preconceito. Se for, virei cá dar a mão à palmatoada, ok?

João Teles Leite disse...

acho bem que vás reflectir longamente nestes comentários e que daqui a uns tempos releias os teus, para ver se encontras o tal preconceito.
Porque o tens, Eileen !!!!
A propósito, não é novidade e desde sempre que se sabe que a Sacoor é uma empresa dos chamados Monhés e, talvez por isso, com uma clientela bem diferente da da Façonable, Gant, & companhias ...