Nessa de morar num cafufo e comer assim, mal e pobremente, comecei a sentir umas dores de lado que julguei primeiro provirem de uns exercícios de abdominais. Fingia-me activa nesses tempos. Depois, numa madrugada, acordei tão aflita de dores que me arrastei ao Hospital. Não havia médico de serviço mas deram-me qualquer coisa para as dores e mandaram-me para regressar no dia seguinte.
No dia seguinte, envelheci 5 anos à frente da médica que me disse que tinha uma inflamação no fígado. Desesperei mais ainda quando os meus colegas de trabalho me contaram histórias de gente a quem receitaram insulina sem terem diabetes, gente que teve que ser evacuada de urgência por ter sido mal diagnosticada.
Estava tão assustada que vinha no passeio a determinado momento a falar com um colega e bati com a cara de frente num sinal de trânsito. Não o tinha visto. Pus-me a chorar e contei à minha mãe as histórias todas que tinha ouvido. Era Agosto. Tinha medo de lhe dizer que se calhar era melhor ir a São Vicente fazer consultas mas tinha também medo de me quedar no Sal, ainda mais depois de uma médica amiga nos ter dito que não é possível diagnosticar uma inflamação no fígado sem fazer exames.
Aqui a Nádia fez de advogada do diabo: eu não estaria a inventar aquela dor para ir passar umas férias a Soncent? Gente boa, a honestidade compensa: a mamã respondeu-lhe logo que eu não seria capaz de uma cena dessas, mandou-me um TPA e rumei à minha ilha. Nessa semana aconteciam o Festival, um Carnaval fora de época e imensos exames que resultaram num diagnóstico sensaborão: vesícula preguiçosa. Evitasse gordura durante uns tempos, comesse à base de grelhados e saladas. A senhora do restaurante foi super simpática, passou a fazer-me um prato à parte, de comidinha sensaborona também.
Com dores ou sem dores, e porque tenho um tambor a fazer as vezes de coração, saltei sim nesse Carnaval fora de época. Mas só um bocadinho.
1 comentário:
Jam ri pa morrê!!!
Afinal ca era sô fita! ;)
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