Ultimamente, recebi dois
trabalhos que me arrepiaram os pelos das ventas: Um ficheiro com
informações à atenção superior, enviado por um técnico superior. Tratava-se
de uma tabela com dados. Veio sem nome (diz apenas “Cópia de Livro”), sem título,
sem data, sem apresentação, com erros de português, com uma péssima formatação.
Onde é que nos passaria pela cabeça entregar um documento assim?
Num outro dia, enviam um
relatório de um evento. Este tem título e data. Não tem é conteúdo. As frases
não têm verbos. Não se encontra, nesse relatório de 4 páginas, uma única
informação que se pretendia ao se pedir a tarefa. E não foi por falta de
explicação. É certo que outra pessoa vai ter que investir ainda mais tempo a fazer o trabalho que já
tinha sido encarregue a outra técnica.
Num outro dia ainda, uma técnica
recusou uma tarefa por estar “cansada” e não se coibiu de escrever isso mesmo
num correio eletrónico: Não posso fazer tal coisa porque estou cansada. E
depois, recusou mais tarefas porque não está disposta a “tapar buracos”. Ou aceita
fazer alguma coisa e meia hora antes diz que afinal, “não vai dar”. Claro que alguém teve que ir tapar os tais buracos, ou quem é que ficava mal era a instituição. (Leia-se-se, o empregador: Aquele que nos paga os salários.)
Vejam, há imensa coisa que se pode dizer mas que nunca devemos escrever. Um correio eletrónico pode ser reenviado, partilhado, guardado. Essa coisa de enviar piadinhas, filminhos, flirts, no e-mail do trabalho... Não se faz. Nunca, ok? Vá lá, se o nunca for muito forte, apaga depois, e pede ao destinatário que faça a mesma coisa.
É preciso estarmos conscientes do
que andamos a fazer no nosso local de trabalho. Algumas das coisas mais
básicas, aprendemo-las na escola: começar as frases com letras maiúsculas. Vocês
dirão que estou a exagerar. Quem me dera. Também aprendemos a assinar as nossas
comunicações. O Outlook dá um jeito: sugere correções aos nossos textos. Porquê recusar essa ajuda e enviar textos cheios de erros de português?
Cada comunicação que enviámos,
cada carta, cada documento que vai com o nosso nome é um sinal. Um sinal de que
estamos atentos, que revimos o nosso trabalho – que é, por sua vez, um sinal de
brio profissional e de respeito pelo destinatário. E não me digam que é por falta de tempo.
E por falar em falta de tempo: o Facebook é uma ferramenta de trabalho, sim. Permite-nos obter informações em segundos. Mas deixar a página do Face aberta quando vamos à tua sala, para descobrirmos que em vez de estares a trabalhar, estar a curtir as fotos do baptizado da Maria Alice... Ê pá!
Sem comentários:
Enviar um comentário