Soncent

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sou do tipo de pessoa


Isto escrevi eu em 2007:

"Sou do tipo de pessoa que pisca os olhos às estrelas, e as torna cúmplices de uma vida feliz. Que olha para o céu e adivinha momentos alegres. Que fala com os cães na rua, com as ondas do mar, com o espelho e sozinha.

Que olha, vê e pergunta às coisas os seus nomes.

E acredito que o que de bom há na vida, está mais dentro de nós do que lá fora.

E, para ser diferente dos outros, penso muito, na vida, sobre os outros... Não deixo passar a vida como quem vê passar um barco num rio. Vou eu ao leme a maior parte das vezes. Um dia, serei a capitã permanente. Breve, espero."

Ora, 7 anos depois, umas quantas afirmações ficariam a modo que descabidas, o que implica uma pesada revisão das coisas. Pois ultimamente não perguntei o nome a coisa alguma e há umas escadas no Palácio onde trabalho há mais de dois anos que simplesmente nunca subi. É como se a minha curiosidade infantil foi finalmente adormecida. 


2 comentários:

Anónimo disse...

Oi Eileen,

"É como se a minha curiosidade infantil foi finalmente adormecida." - passei por um período parecido, há algum tempo.

Acho que na ânsia de "crescer" acabei por censurar grande parte dos meus "sonhos acordados malucos" e daquela "curiosidade infantil" como tão bem descreveste. E optado pela objectividade e racionalidade na forma como encarava a vida. Nada de pensar em coisas muito distantes deste "mundo real". E isso perdurou por alguns aninhos.

A dado momento, me senti perdida de mim mesma. Não me reconhecia.

Só depois me dei conta que eu precisava dos meus sonhos malucos de volta. Afinal são eles que nos fazem arriscar, que as vezes nos "enganam" pelo excesso de confiança e nos fazem dar passos muito, muito maiores que as nossas pernas.

Acho que o segredo pode estar no equilíbrio. Precisamos das duas coisas, de momentos "pés no chão", mas também das nossas fugas à realidade, que são o que alimenta a nossa alma.

Um abraço,

MS-Mnininha Soncente disse...

Aos poucos vamos deixando que a vida silencie nossa criança interior. Há que manter-se vigilante e de quando em vez aplicar-lhe manobras de reanimação, porque se ela morre, morrem os sonhos e o sentido da vida ;).