Soncent

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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Odiei uma gata

Acho que se chamava Bichinha. Ou Bichana. Não me lembro. Era uma gata toda queimada, com manchas escuras onde não havia pêlos. A nossa detestável dona Juju acolheu-a, dava-lhe comida e ela "morava" no nosso prédio. Não me lembro se lhe fazia festas. Mas não nos dávamos mal. Na verdade, éramos tão cordiais, que um dia lhe mostrei o meu pardal. Eu não sabia que os gatos comem pardais, não podia portanto ter adivinhado que ela mo arrancaria das mãos e fugiria com ele. Corri atrás dela. Quis entrar na "casa assombrada" atrás dela mas a Nádia impediu-me.

E ganhei-lhe um ódio de morte. Se ela tivesse o azar de passar por mim dentro do prédio, dava-lhe um pontapé. Noutras vezes, acalmava, fazia-lhe festas. E voltava a pontapeá-la noutro dia qualquer. Se estivesse frio lá fora, punha-a na rua. Até que a Nádia me fez ver que eu também não gostaria de ser posta na rua numa noite de vento. Deixei de lhe fazer maldades, mas nunca mais lhe fiz festas. Odiei uma gata.

19 comentários:

Anónimo disse...

Varri o texto com a vista, em 3 segundos, sem o ler. Não se diz:
"Foi um grito – Nem o barco dele". Diz-se: "...Nem o seu barco" em bom português. Que horror! Acho que nunca mais sequer vou varrer com a vista os teus textos.

Eileen Almeida Barbosa disse...

Mas somente para o caso de voltar a varrer os meus texto, Ondina e um pouquinho antes de se precipitar, lembre-se da oralidade no texto: essa frase foi dita por um personagem, certo? Em Cabo Verde, certo? Saiba que por cá também existe um Português meio adaptado, com grandes influências do crioulo e do Português que se fala no Brasil. Não se pode esperar que personagens falem "em bom português", quando a maior parte da população deste país não o faz. Leia o nosso escritor mais conhecido, Germano Almeida e se insistir em lhe corrigir o português, riscará os livros todos com caneta vermelha. E fique a saber, já que já me subiu a mostarda ao nariz, que não preciso nem quero que venha a Soncent varrer textos em 3 segundos e mandar bocas destas.

Anónimo disse...

Boa Eileen! Eu diria mesmo, em bom português, quem fala assim não é gago! Ou gaga! O que me faz lembrar a nha querida amiga Dona Gaga de SonCent (terra), mas isso já é outra história. Retornando à Ondina-que-provavelmente-está-com-falta-de, nha senhora: a frase «nem o barco dele» não apresenta qualquer incorrecção. Tal como a frase «nem o seu barco». Trata-se apenas de duas versões diferentes – a da Eileen informal, enquanto que a sua (porque não a conheço de lado nenhum) mais formal. Sempre ouvi dizer que a ignorância é muito atrevida mas, nha senhora não se envergonhe porque ignorância não é estupidez. Estupidez é «varrer um texto»!

Eileen Almeida Barbosa disse...

Olá Tiago. Nha Gaga? Quem é esta? Então eu que vivo cá, nunca a conheci? Fizeste-me lembrar de dois "doidos" do Mindelo. "Champanchã dois e quinhento" e um outro que tinha as palpebras coladas. Uma vez, em Alto de São Niocolau, chamaram-nos para os irmos ver, debaixo de umas escadas, a...

Anónimo disse...

Será D. Gaga, mãe de N'dira, D'janira e Sandro??? Professora de portugues no IP Mindelo?.. agora dona eileen, voltando ao assunto da gata, bem sabes q sou um lover de felinos e choca-me este teu passado obscuro perante criatura tão majestosa... hahahahaha... era capaz de escrever uma tese de pos-doc acerca dos gatos....

Anónimo disse...

Nunca ouvi falar dessas duas personagens mas, provavelmente, até os conheço de vista. E quase de certeza que o Zizim Figueira já escreveu sobre eles. Agora a Nha Gaga, ou Dra. Margarida Santos, da Escola de Formação de Professores, aí no Mindelo, deves saber quem é. Uma alma crioula de imensa vontade e saber. Mãe de quatro mnins: Zélu, casado com a Zizi (clã Soulé); um mnina q’N ka ta conchê qu’ta vivê li na Portugal; Dja (Djanira), kel gata rebelde; e o casula, Sandro, parece-me, que está no Brasil. Tud gent drêt!
Bj.

Anónimo disse...

Nem mais nem menos Dudão. Abraço.

Anónimo disse...

Ha ha ha. Qual casa assombrada? Engracado, eu nunca suportei gatos mas pelos vistos, eu os respeitava mesmo na minha infancia.

Eileen Almeida Barbosa disse...

Não sei quem é nha Gaga, mas conheço um dos seus filhos.

Black Cherry disse...

Ai, Senhora D. Ondina! "...varrer um texto"? Que horror. E ainda assim se acha no direito de criticar o português, só por não ser "o português de Portugal". Enfim,... Antes de varrer mais textos, recomendo uma leitura (não varrida) sobre as influências de outros Povos e línguas sobre o "português genuíno e original". Essa linda língua ficou tão mais rica e bonita…

Agora tu Eileen,
Coitadinho do bichano (lol), mas consigo entender e ate te dou um descontozinho porque também fiquei com pena do pardal.

Anónimo disse...

E por falar em doidos do Mindelo...

Como se chama aquele que novinho que anda sempre de calções a cair na Praça, a perguntar, Italiani?

Luís Bleck

Eileen Almeida Barbosa disse...

Pois é, Black Cherry, dei-lhe pontapés... todos temos os nossos pecados.. hehehe

Anónimo disse...

Doidos do Mindelo...é este o deferente e digníssimo trato que dão aos vossos doentes? Sugiro que recolha a sua referência a alguém que, provavelmente, mais não será que um doente psiquiátrico a precisar de gente civilizada que o trate.
Permita-me que trate a sua ignorância desta forma: Seu ignorante e imbecil.
Pelos vossos comentários,ainda são um povopaliolítico,fora os fazedores de rabiscos que denominam escritores.

Eileen Almeida Barbosa disse...

D. Ondina, Portugal
Não percebi: a quem foi que chamou imbecil e ignorante?

Anónimo disse...

Oh Diabo,

Espero que não tenha sido eu, até porque se sou do paleolítco também será a amiga Ondina, já que ambos somos portugeses...

Ups, desculpe se sou um mau exemplo de Portugal...

Luís Bleck

Anónimo disse...

Ao Luis Bleck, o anónimo. Mas equivoquei-me. A oração certa, com coordenação copulativa (duvido que saiba o que é...): Ignorantes, Imbecis, Povo paliolítico.

Anónimo disse...

Ondina, Ondina... a falta-de é muito mais grave do que supunha. E afinal, nha senhora, tendes todos os motivos para vos sentirdes envergonhada porque a sua maleita trata-se sem qualquer tipo de dúvidas de Pura Estupidez! Os estúpidos quando perdem a razão e se sentem encurralados, e de alguma forma ameaçados, tal como os animais, «disparam» em todas as direcções. Desgraçadinha... tenha cuidado com as vassouras! E quanto aos doidos: Ondina, Ondina... se endoideceres acabas trancada no Júlio (não é um homem!) enquanto que nós temos uma ilha paradisíaca! (e mais nove logo ali ao lado) Inveja!? E já agora, Ondina, Ondina... vai morrer longe!

Anónimo disse...

Agradeço os elogios, assustava-me que uma pessoa como V. Exa. gostasse de mim... (ou de qualquer coisa que não os gatos e aborrecer os outros).
No entanto, já que é tão perfeita na gramática, diga-me uma coisa, não lhe falta o verbo na última frase? "A oração certa, com coordenação copulativa (duvido que saiba o que é...): " não falta aqui o vervo ser? (suponho que seja uma questão de estilo literário),
Outra dúvida a conjução copulativa não pressupõe a própria? Exemplos "Ignorantes e imbecis", ou "não só ignorantes, mas também imbecis".
E por fim, o paliolítico, fica em que período da história (outra cadeira que pelos vistos eu não era bom...)?
Será entre o paleolítico e os dias de hoje?

Se mais uma vez na sua infinita paciência, sabedoria, correcção ética, etc. (não vou nomear todas as virtudes porque tenho de ir almoçar)puder dar resposta, agradeço.

Cordialmente

Luís Bleck, o anónimo (gosto do meu novo epíteto)

Anónimo disse...

Menino Bleck:
não só ignorantes, mas também: oração coordenada copulativa. Está certo, visto q s trata de uma simples adição de orações. é algo, mas não é algo é coordenada adversativa. A coordenação copulativa também pode ser feita omitindo os e, substituindo-os por vírgulas. O é é a 3ª pessoa do singular do tempo Presente, modo indicativo, voz activa. A conjugação não é especial. Quanto ao paliolítico , apodere-se de um livro e estude... estou cansado de lhe explicar coisas. Olhe, mas não se apoquente (Imperativo). Será o rosto do futuro o senhor (Futuro do indicativo). Pessoas que vivem de contactos como estes, em blogs. Mas empatizo-me consigo (é Português ainda por cima), dado que todos precisamos de contacto humano, não é verdade? As relações humanas são complexas. Muito (esta é uma oração absoluta!). De outro modo somos miseráveis, como diz o tal Vaz-Lesser no blog http://juliovaz-lesser.blogspot.com.