Soncent

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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Perguntas cor-de-rosa

Estamos preparados para assumir o nosso Produto? Estamos preparados, Cabo-verdianos, para sustentarmos pequenas indústrias que tenham a coragem de surgir em Cabo Verde e ajudar-nos a combater a crise que se avizinha?

Estamos preparados para assumir a Strela como a nosso cerveja e negar as outras que nos gastam divisas, que nos enchem o país de milhares de garrafas de vidro que depois não se aproveita para nada? E a água de todos os dias, lembramo-nos de a beber nacional?

Estamos preparados para pedir um chá de mato e umas pedras de gelo, fazermos o nosso próprio Ice Tea e negarmos o consumo de latas de chá cheias de açúcar, químicos e que, mais uma vez, gastam divisas e fazem lixo?

Já deixámos de comprar detergentes importados porque os de cá dão resultados similares?

Pensamos em recorrer a confecções nacionais para nos fazer a roupa em vez de comprarmos a que vem de fora?

Porque é que ainda compramos goiabada importada, rum, queijo, atum e outros peixes enlatados, conservas de carne, frango, etc., importados, se temos estes produtos cá e podemos fomentar uma produção mais sustentável, de maior qualidade? Temperos? Enfeites? Prendas de casamento, prendas de aneiversário?

Para quando um compromisso firme, enquanto consumidores, para sustentarmos a produção nacional, seja artesanal, seja industrial, criando emprego, investindo na economia real?

12 comentários:

Unknown disse...

No outro dia, eu fazia as mesmas perguntas a mim mesmo enquanto gastava umas notas num supermercado cá da praça onde, até o peixe era ultracongelado e vindo de Portugal, o atum enlatado enfim quase tudo o que pus no carrinho de compras com excepção da agua e dos sumos gaseificados.
Até quando ?

Eileen Almeida Barbosa disse...

Pode-se considerar que é uma questão de pescadinha com o rabo na boca, Patrique. Vamos esperar que haja uma produção maior, ou vamos aumentar a procura?
Da próxima vez que fores às compras, tenta comprar o que for nosso... e passa a palavra!

Anónimo disse...

Ideias interessantes e atuais.Podemos de fato boicotar varios produtos impotados, mas e que tal te informares acerca de produtos "nacionais" que de nacional so teem o nome? E dos quais nao se veem nem sequer uma fisga canhota para o nosso povo?

Unknown disse...

Ainda hoje coloquei o meu blog um comentário que versa a mesma temática, apenas com diferentes protagonistas...É que, ao mesmo tempo que uma economia deve fzer tudo para exportar, seja o que fôr, não se deve perder de vista que tão ou mais importante do que exportar é SUBSTITUÍR AS IMPORTAÇÕES...Portugal tem o mesmo problema com relação à Espanha e outros países europeus...Por uma questão de coerencia intectual aplaudo o seu artigo e, já agora, o
sítio que me parece arejado, com aspecto de pintado de fresco mas que me sugere uma questão: como é a gente sentir-se orgulhoso de ser ateu, ou religioso! Voltarei noutras oportunidades...
Zito Azevedo
www.arrozcatum.blogspot.com

Defender disse...

Na foto d'bo perfil, bo bsti roupa d'terra ? ;)

Ivan Santos disse...

...aumentemos a demanda interna!!!essa é a estratégia...!

Anónimo disse...

Resposta: porque este mundo não é cor-de-rosa, mas, verde, da cor do dólar e nada há a fazer. A não ser colocar perguntas cor-de-rosa, a ver se um dia, quem sabe..

David disse...

Esse discurso do consumir nacional é muito giro e tal… mas se todos os países consumirem nacional o mundo pára, não há comércio internacional, e já agora ninguém exporta. O Italiano não ia de féria à CV pq como bom italiano devia passar férias lá dentro ( na Itália) etc etc etc… O discurso deveria ser outro. As empresas nacionais ( ou qualquer outra empresa) devem sim, fornecer um produto que seja realmente concorrencial e não, tipo Cuba, onde o Colgate lá do burgo dava gosto à sabão de barra MAS É NACIONAL e o povo lá têm de o utilizar!

Eileen Almeida Barbosa disse...

Caro David, obrigada pelo comentário e por reavivar esta discussão. Levado ao extremo, o repto de facto prejudicaria o comércio internacional mas não acredito que assim seja, porque haverá sempre produtos que os países não consumem. Não servirá de nada os suecos decidirem que passam as férias sempre na Suécia, porque fará frio, assim como de nada nos serve decidir que deixaremos de beber destilados porque não produzimos malte. Mas em pequena/média escala, consurmirmos e processarmaos os nossos frutos/legumes/mão de obra em geral é positivo para qualquer país, porque estimula a sua economia e até liberta recursos para outras importações mais "especializadas".

Eileen Almeida Barbosa disse...

Zito, ser ateu é remar contra a maré, ter abertura de espírito, ter coragem para olhar além do que nos ensinam. É motivo de orgulho, sim. Já ser religioso... heheheh

Anónimo disse...

Não é por nada, mas a lógica o discurso do “ Consumir nacional” do “vai lá fora cá dentro” , do só importar o que não é produzido localmente, é algo que desde XVIII está economicamente provado (matematicamente - literalmente falando. "A teoria dos custos comparados") está longe de beneficiar o país que a segue. Mas é curioso quando dizes que se fosse só um “pouquinho” não havia problema, na verdade se os EUA e a UE substituíssem imediatamente 10% ou mesmo 5 % do que importam por produtos Americanos e Europeus haveria uma “mini-grande” crise na economia mundial ( de bilhões de dólares). Apesar de tudo há que reconhecer um mérito a esse discurso nacionalista: chama atenção para produtos produzidos nacionalmente que apesar de não terem uma marca forte têm qualidade idêntica ou mesmo melhor do que o importado.

Unknown disse...

SÓ hoje aconteceu ver a sua réplica ao meu comentário e lamento que não tenha conseguido explicar-me isso de ser ateu...Qualquer padre, de qualquer religião pode - e deve - ser tudo o que V. refere como sendo paradigmas dos ateus...Deduzo que V. não gosta da religião, de uma maneira geral e, por isso, julga-se ateia quando, no máximo, será uma agnóstica, graças a Deus!